Chuva deixa rastro de destruição e sujeira ao longo da Ricardo Brandão
Imóveis inundados, lama pelo asfalto, muretas destruídas e desmoronamento em várias partes da margem do Córrego Prosa. Essa era a situação da Avenida Ricardo Brandão durante a tarde desta quarta-feira (2). A água invadiu a pista e a correnteza causou prejuízos a empresários e até mesmo aos cofres públicos.
Logo após o cruzamento com a Rua Ceará, em frente à Uniderp, uma grande erosão se formou no barranco ao lado da pista sentido Ernesto Geisel – Chácara Cachoeira.
Um buraco de grande profundidade surgiu entre a grama e o asfalto, dando a impressão de que a qualquer momento, ou durante o próximo temporal, o pavimento possa vir abaixo.
Situação parecida foi registrada no cruzamento com o Padre João Cripa, em frente ao Hemosul. Uma lona foi colocada pela prefeitura na tentativa de conter o deslizamento.
A grama ao longo de toda a margem foi levada, deixando expostos os sacos de terra usados para dar sustentação ao barranco. Em alguns pontos é possível enxergar as raízes das árvores plantadas no local.
No cruzamento da Avenida Ricardo Brandão com a Joaquim Murtinho, as muretas que protegem os pedestres na passarela sobre o córrego foram todas ao chão como um dominó. Em frente ao local, a água também invadiu o supermercado Comper, que foi limpo pelos funcionários ainda pela manhã.
Militares fizeram um mutirão para remover a grama depositada na cerca da PE (Polícia do Exército). Possivelmente as plantas foram carregadas pela água e ficaram retidas entre as treliças.
Recomeço – No cruzamento entre a Ricardo Brandão com a Francisco Bento, o empresário Rodrigo Rosa Ribeiro ainda não havia terminado de remover toda a lama e contabilizar todos os prejuízos na floricultura, que foi invadida pela correnteza.
A força da água foi tão forte que disparou o alarme, fazendo com que ele acordasse de madrugada e fosse correndo ao local. “Achei que era um ladrão”, conta. No entanto, ao chegar na loja ele se deparou com o local todo inundado. Uma bacia pesada de barro foi levada pela enxurrada e foi parar no cruzamento com a Rua Bahia.
Vasos menores feitos de compensado molharam e possivelmente não poderão ser reaproveitados para a venda. Flores compradas para atender a demanda do Dia da Mulher se perderam. Em frente ao estabelecimento havia grande quantidade de lama acumulada e os funcionários terminavam de lavar o interior da loja.
“O prefeito veio aqui hoje e disse que vai mandar limpar. Vamos ver se vai mesmo. Às vezes dá vontade de desistir. Tem que recomeçar do jeito que está aí, porque agora está feia a coisa. Não cheguei a perder tudo”, afirma o empresário.
Ele conta que no dia 5 de dezembro do ano passado o local já havia sido inundado durante um temporal. Dois dias depois, ladrões invadiram o estabelecimento. Domingo passado, o local foi roubado novamente. “Hoje estava com vontade de pegar minhas coisas e ir embora, mas é minha vida que está aqui dentro”, relata.
Ao lado da floricultura, os dirigentes do Sindafaz (Sindicato de Apoio aos Servidores Administrativos da Secretaria de Fazenda) estão de mudança para uma nova sede no bairro Carandá e um dos motivos é a chuva. O local já foi invadido pela água outras vezes e hoje, a correnteza foi tão grande que entortou a trava do portão elétrico, que não pode ser aberto.
“O pessoal do interior que vem, fica hospedado aqui no sindicato, imagina chover e a pessoa não ter condições de sair, ficar presa”, diz a assessora da entidade Márcia Maria dos Santos, 43 anos.
Funcionários da loja de automóveis Show Room também tiveram trabalho para limpar o local pela manhã, invadido pela lama. “Terminamos há pouco tempo. Já é a segunda vez que acontece isso. Não teve prejuízo, só essa sujeira”, diz Jorge Mansur, um dos proprietáriosl.
Segundo ele, é a segunda vez que o local é atingido e ele tem medo de que nos próximos temporais os veículos para venda sejam danificados, por isso pensa em erguer algum tipo de estrutura no portão para evitar o avanço da água de forma violenta. “Tem que ficar alerta”, completa.
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