Chuva refresca, mas provoca infestação de mosquitos em bairros da Capital
Enxames de insetos são maiores em regiões com grande quantidade de terrenos baldios.
O período de chuva favorece a reprodução de mosquitos e alguns bairros de Campo Grande, principalmente aqueles com grande quantidade de áreas baldias, sofrem com a infestação desses insetos. A população tenta se virar com alternativas caseiras e até mesmo venenos, mas ainda assim se vê encurralada pelos enxames.
“Não aguentamos ficar dentro de casa por causa do calor e fora por causa dos mosquitos”, diz a dona de casa Franciele Souza de Almeida, 21 anos. Ela mora no Jardim Noroeste e tem o imóvel cercado por três terrenos vazios com acúmulo de mato e lixo.
Para evitar ao máximo as picadas ela passa veneno na grama em frente à residência, acende incensos e deixa o ventilador ligado para espantar os insetos. “Há aproximadamente 15 ou 20 dias aumentou muito o número de mosquitos”, diz Franciele.
Luci Bogado, 29 anos, também é dona de casa e vive no Noroeste. Como ela tem uma filha pequena, prefere usar venenos de tomada para espantar os pernilongos, já que alguns podem transmitir doenças como dengue, zika e chikungunya, que para os pequenos podem ser fatais dependendo da gravidade.
“Principalmente quando chove, aumenta muito o número de mosquitos aqui na região”, comentou ao Campo Grande News.
No Jardim Marajoara a situação é a mesma, segundo a dona de casa Marlene de Oliveira, 41 anos. “Está impossível conviver com a quantidade de mosquitos no bairro. A quantidade deles começou a aumentar quando começaram as chuvas”, afirma a moradora.
Em frente à casa dela tem um terreno baldio que serve como criadouro. “Ninguém sabe quem é o dono. Moro aqui há 16 anos e durante todo esse tempo convivo com o mato alto. Algumas vezes os vizinhos colocam fogo porque se irritam com a sujeira, mas logo chove e cresce tudo de novo”, reclama Marlene.
O bairro tem muitos imóveis com fossa e isso também ajuda na proliferação dos pernilongos. Isso porque os buracos não podem ser fundos, pois os lençóis subterrâneos aparentemente são bem superficiais na região.
“Quando começa a cavar, logo mina a água. Daí furamos pouco, mas logo os detritos começam a vazar”, pontua.
Índices - Conforme o último LIRAa (Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti), divulgado em outubro, o Jardim Noroeste apresenta o maior índice de infestação em Campo Grande, 7%, seguido de Moreninhas e Cidade Morena com 4.8%.