Ciclovias passam por reparos, mas usuários reclamam da falta de espaço
Quarta Capital do país a oferecer mais ciclovias em relação ao total da população, registrando 10,8 km para cada 100 mil habitantes, Campo Grande possui 16 trajetos para os ciclistas, além de 17,05 km de ciclofaixas.
Na terça-feira (9), a prefeitura realizou manutenção no trecho da Rua Plutão com a Avenida Noroeste, no bairro Cabreúva. Porém, quem opta pela bicicleta e reclama da falta de espaço não terá novas alternativas para seguir pela cidade tão cedo.
Ciclistas pedem melhorias e mais espaços - Edval Rocha Couto, 45 anos, é proprietário de uma bicicletária na Rua Rui Barbosa. Ciclista, o comerciante tem um grupo com cerca de 100 pessoas que fazem trilhas em regiões rurais próximas a cidade.
Para ele, que optou pelo meio de transporte desde 1999, são poucos os espaços de ciclovias. “Podia melhorar um pouco, algumas são mau planejadas como a da Via Park, outras já estão com buracos e ondulações, precisam de uma reforma”, afirmou.
Edval acredita que hoje não seja seguro andar pela Capital de bicicleta. “Os motoristas geralmente não respeitam. Como não tem ciclovia, não passa por Campo Grande inteira, os ciclistas acabam sendo atropelados. Esses dias chegaram dois clientes na loja que foram atropelados porque não tinha por onde ir. Ou você vai pela calçada ou pela rua”.
O estudante universitário Richard Lima Quinta, 22 anos, comprou sua bicicleta em agosto do ano passado, e desde então a utiliza para ir ao trabalho, estudar e por lazer. "Eu vejo que falta sim segurança, iluminação, melhor controle das pessoas que muitas vezes usam a ciclovia para caminhar, o que atrapalha bem a vida de quem anda. No restante é boa, o asfalto da ciclovia não tem buracos pelo menos", opinou.
O rapaz já sofreu com a falta de respeito por parte dos motoristas e com os locais onde faltam os espaços destinados. "Se for para andar em lugares onde a ciclovia não chega me incomoda um pouco por causa dos buracos e do trânsito. Se os motoristas não respeitam nem as ciclofaixas, imagina fora delas. Quase fui atropelado na avenida Afonso Pena porque a motorista desrespeitou o pare. Além de bater minha perna no carro dela e por sorte eu não cair, ela ficou brava", finalizou.
Reparos - No trecho da Rua Plutão com a Avenida Noroeste, no bairro Cabreúva, a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) fez trabalho de pintura para melhorar a sinalização da ciclovia, que deve ser estendido para as avenidas Duque de Caxias, Afonso Pena e Gury Marques.
A Prefeitura de Campo Grande, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que está sendo feito um levantamento das obras paradas na cidade, sem especificar quais são, e revisão dos contratos. Não há projetos de ampliação das vias.
Um projeto de novas frentes de obras será iniciado após esta etapa, e depois será feito um cronograma de serviços. A prioridade neste momento é a pintura de faixas de travessia em frente às escolas.
Sem responder ao questionamento de quanto é investido, o município disse que os trabalhos de manutenção nas ciclovias e ciclofaixas são de responsabilidade da Seinthra (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), enquanto a limpeza é feito pela Solurb.