Clientes da Uber se unem e querem que prefeitura mude regras de decreto
Passageiros prometem fazer adesivagem e atos públicos para que prefeitura reveja exigências para regulamentação.
“Se o povo não se movimentar a Uber vai parar”. Com esse slogan, usuários do aplicativo de mobilidade urbana em Campo Grande já começaram a se organizar para exigir, da prefeitura, a flexibilização das regras impostas pelo decreto municipal, que regulamenta as caronas pagas na cidade.
O consultor empresarial Gilbert Marcelo Fico, 47, é um dos responsáveis por encabeçar o movimento. “Estou conversando com vários usuários para nos organizarmos e apoiar os “Ubers”. Iremos fazer adesivagem, carreata, abaixo-assinado, entrar com ação no Ministério Público, o que for preciso para que o decreto seja revisto”, pontua.
O movimento ainda está em fase inicial, mas já tem slogan: “Se o povo não se movimentar, a Uber vai parar”, adiantou, dizendo que ele acompanha a luta dos motoristas desde quando o decreto foi publicado, no mês de maio.
"Mostro solidariedade porque o serviço da Uber é muito importante para a população. Nesse tipo de transporte, as pessoas encontram uma maneira de se locomover com segurança, conforto e economia”, defende.
Ele disse que analisou todos os pontos do decreto e acredita que as exigências podem tornar a atividade inviável, principalmente se houver aumento do preço e obrigatoriedade de identificar veículos.
"Vejo como um retrocesso. Enquanto em outras capitais o serviço funciona muito bem, aqui estamos na contramão. Acho que a prefeitura deve exigir regras, mas desse jeito está muito pesado”, ressalta.
Uber ilegal – De acordo com o decreto 13.157, de 16 de maio, o prazo para OTTs (Operadoras de Tecnologia de Transporte) se cadastrarem junto à Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) terminou na segunda-feira (17).
Como apenas 1 empresa entregou documentos, todas as outras que atuam com essa classificação são consideradas irregulares, como é o caso da Uber.
O presidente da AMU (Associação de Motoristas de Aplicativos de Mobilidade Urbana), Wellington Dias, afirma que a categoria vai travar forte embate contra quatro principais pontos estipulados pelo decreto .
“Fazer curso de formação não é impeditivo; muito menos apresentação de antecedentes criminais, já que esta é uma exigência da própria Uber”, explica.
"Somos contrários à identificação visual dos veículos, limite de 5 anos para o ano de fabricação, exigência da documentação estar somente em nome do condutor e possibilidade de transferir para placa de aluguel. Nosso serviço é privado, não é publico", ressalta.
"Ainda estamos dentro do prazo, que termina no mês de setembro. Muitos motoristas ainda não realizaram cadastro porque não concordam com o decreto e aguardam posicionamento da Uber", informou.
Ele conta que, durante blitz, agentes da Agetran estão abordando motoristas Ubers, sem notificar ou autuar. Em contato com a empresa, ele afirma que a operadora está tomando as devidas providências, no âmbito político e jurídico, dando todo o respaldo em relação à ação que tramita no MPE (Ministério Público Estadual) contra o decreto.
Carreata – Na próxima segunda-feira (24), a partir das 15h30, em frente ao Parque das Nações Indígenas, nos altos da Afonso Pena, está agendada uma carreata entre motoristas “Uberianos” em prol da flexibilização do decreto.
“A expectativa é reunir o maior número possível de profissionais. Somente ligados à associação, temos 350 motoristas”, disse o presidente da AMU.