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Capital

Coleta de lixo volta ao normal, mas Guarda mantém equipes no lixão

Natalia Yahn | 03/03/2016 07:50
Protesto contra fechamento do lixão aconteceu ontem (2), mas nesta quinta-feira (3) a Guarda Municipal mantém duas equipes no local. (Foto: Fernando Antunes)
Protesto contra fechamento do lixão aconteceu ontem (2), mas nesta quinta-feira (3) a Guarda Municipal mantém duas equipes no local. (Foto: Fernando Antunes)

A coleta de lixo em Campo Grande foi parcialmente prejudicada por conta do bloqueio da BR-262, em frente ao aterro sanitário (lixão), que aconteceu na quarta-feira (2). A manifestação dos catadores de materiais recicláveis contra o fechamento do lixão impediu que a coleta fosse concluída nessa quarta-feira na Capital.

A Solurb, empresa responsável pelo serviço informou que duas regiões foram afetadas e a coleta só será normalizada amanhã (4). Nesta quinta-feira (3) a previsão é de que o trabalho aconteça normalmente, pois os manifestantes suspenderam o protesto até às 10 horas.

"O juiz pediu para para a gente esperar ele se pronunciar. Então se for negativo vamos estudar o que fazer. Tem pessoas passando fome já, nós dependemos do lixão", afirmou um dos líderes do protestos, que pediu para não ser identificado.

A Guarda Municipal mantém duas equipes que fazem o monitoramento na entrada do lixão. "Vamos permanecer no local e caso tenha algum problema acionamos a Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal", disse o guarda municipal, Thomas de Araújo.

Ontem (2) o serviço de coleta foi suspenso no período da tarde e em nota, a empresa esclareceu que os caminhões carregados com os resíduos coletados no período da manhã ficaram parados e impedidos de acessar o aterro para descarregar e retornar para a coleta da tarde.

Hoje a Solurb informou que o serviços no período noturno, inclusive na área central da cidade, foi realizado normalmente. Apenas a coleta realizada durante a manhã e a tarde foram afetadas.

Bloqueio – O bloqueio da rodovia teve início por volta das 10h por aproximadamente 80 pessoas entre homens e mulheres, com pneus e pedaços de madeira, que não aceitam o fechamento da área de transição do lixão, onde faziam coleta de materiais recicláveis. Ao meio-dia, o congestionamento já chegava a 10 quilômetros de extensão e afetou os motoristas que trafegam sentido São Paulo e Sidrolândia. Às 15h10, segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), o trecho foi totalmente liberado.

Problema – A manifestação aconteceu por conta da posição do MPE (Ministério Público do Estado), que é contra o pedido da prefeitura de Campo Grande para prorrogar por 30 dias o fechamento do lixão. A administração municipal pediu que a Justiça conceda prazo para elaborar um plano de ação.

Responsável pela derrubada da liminar, que permitia desde dezembro de 2012 acesso dos catadores ao local, o juiz da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, Marcelo Ivo de Oliveira, solicitou que o Ministério Público se manifestasse sobre o pleito da prefeitura.

Os catadores de materiais recicláveis chegaram a se aglomerar em frente ao aterro, no anel viário da BR-262, bairro Dom Antônio Barbosa, mas desistiram após a chegada do efetivo policial.

Histórico – Uma liminar, concedida em ação civil proposta pela Defensoria Pública em dezembro de 2012, permitia o acesso ao aterro sanitário Dom Antônio Barbosa. A medida foi deferida pelo tempo que durasse o atraso na construção da UTR (Usina de Triagem de Resíduos).

Contudo, como a obra foi 100% concluída, a área de transição foi fechada. A decisão também foi do juiz da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, Marcelo Ivo de Oliveira. O magistrado autorizou ação policial nos dias 28 e 29 de fevereiro.

A UTR foi inaugurada em agosto de 2015. Mas, segundo o representante dos catadores, são somente 88 funcionários, que recebem o lixo da coleta seletiva. Ele calcula que mais de 700 pessoas sobrevivam com a renda obtida na área de transição, sendo 429 “empregos” diretos e 300 pessoas que auxiliam da separação à venda do material reciclável. Em média, a remuneração é de R$ 100 por dia.

Fechado no fim de 2012, após 28 anos em operação, o lixão foi reaberto por força de decisão judicial em janeiro de 2013. O pedido partiu da Defensoria Pública, que alegou que as pessoas ficaram sem fonte de renda. Com a reabertura, foi definida uma área de transição, com descarte dos resíduos ante de ser encaminhado ao aterro.

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