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Capital

Com 100 desaparecidos em MS, polícia faz mobilização por coleta de DNA

Semana tem como objetivo chamar atenção para trabalho feito regularmente, que auxilia na busca pelo País

Por Silvia Frias e Bruna Marques | 27/08/2024 09:38
Nildo passa pela coleta do DNA em busco do irmão, desaparecido há dois anos e meio (Foto: Marcos Maluf)
Nildo passa pela coleta do DNA em busco do irmão, desaparecido há dois anos e meio (Foto: Marcos Maluf)

Mato Grosso do Sul integra semana de mobilização nacional de coleta de DNA de familiares em busca de pessoas desaparecidas. No estado, pelo menos 100 pessoas sumiram sem deixar rastro, muitas delas, usuários de drogas ou idosos com problemas mentais que saíram de casa a esmo e se perderam.

A mobilização nacional começou no dia 26 em todo o país, mas o lançamento oficial em Campo Grande foi esta manhã, pós feriado. O titular da DHPP (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio e de Proteção à Pessoa), Carlos Delano, explica que a semana tem como objetivo chamar atenção para o trabalho que é regularmente feito pela Polícia Civil.

Delano explica que há banco nacional mantido pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, que congrega amostrar de pessoas desaparecidas no Brasil, alimentado pelos dados estaduais. “Cada vez que uma pessoa tem material coletado, há confronto com amostras de familiares do país inteiro, automatizada; todo passivo é confrontado, há uma busca constante”.

Titular da DHPP, Carlos Delano, diz que banco possibilida busca constante (Foto: Marcos Maluf)
Titular da DHPP, Carlos Delano, diz que banco possibilida busca constante (Foto: Marcos Maluf)

A diretora do IALF (Instituto de Análises Laboratoriais Forenses), Josemirtes Fonseca Prado da Silva, diz que após o registro do boletim de ocorrência, é pedido que o familiar faça a coleta da amostra de DNA em laboratório, material retirado da parte interna da bochecha. O perfil é inserido nos bancos estadual e nacional.

Segundo Josemirtes, além das 100 pessoas desaparecidas, também há 100 restos mortais não identificados em MS.

Caso o material seja compatível com o de um corpo encontrado e sepultado sem identificação, Delano explica que os familiares são notificados para posterior exumação e enterro dos restos pela família.

Diretora do IALF, Josemirtes Fonseca, diz que há 100 pessoas desaparecidas em banco estadual (Foto: Marcos Maluf)
Diretora do IALF, Josemirtes Fonseca, diz que há 100 pessoas desaparecidas em banco estadual (Foto: Marcos Maluf)

O cruzamento de dados já foi responsável pela solução de caso de um desaparecido em MS, quando foi identificado o corpo de homem.

A polícia enfatiza que não há prazo mínimo registro do boletim de ocorrência e qualquer sinal de desaparecimento considerado estranho pode ser motivo para buscar a polícia. Em muitos casos, a pessoa aparece depois e nem sempre o familiar relata à polícia.

Delano diz que, de forma geral, a maioria dos que desaparecem é formada por jovens adultos, usuários de drogas e idosos que tenham algum problema de saúde mental e que saem de casa e se esqueçam com voltar.

No caso dos idosos, não é incomum que andem em lugares ermos e quer acabem morrendo por hipotermia.

Thaís quer encontrar o irmão, Thiago, que sumiu há cinco meses (Foto: Marcos Maluf)
Thaís quer encontrar o irmão, Thiago, que sumiu há cinco meses (Foto: Marcos Maluf)

Onde está? – Hoje, no lançamento da campanha em Campo Grande, duas pessoas foram convidadas para a coleta de DNA, já que o encaminhamento ao laboratório não é automático, sendo necessário que o familiar vá ao laboratório.

Nildo Lisboa, 50 anos, está em busca do irmão Edmilson Lisboa Duarte, 49 anos, alcoólatra, desaparecido há dois anos e meio. Ele foi visto pela última vez foi no Tijuca. “A gente está sempre procurando por ele, a gente via esporadicamente, mas aí ele sumiu e procuramos a polícia. Acredito que agora com essa coleta, vamos ter respaldo e encontrar ele, sem dúvida”.

Foto de Edmilson, irmão de Nildo (Foto/Arquivo pessoal)
Foto de Edmilson, irmão de Nildo (Foto/Arquivo pessoal)

Thaís Vargas da Silva Andrade, 36 anos, está à procura do irmão, Thiago Vargas da Silva, 37 anos, que sumiu há cinco meses. “Ele é usuário de drogas, encontrei, levei ao Caps, estava fazendo tratamento, ficou bom, mas fugiu; desde então não consigo mais encontrar ele”.

Thaís diz que recebeu até informação de que o irmão estava morto e foi até a delegacia, e descobriu que não havia corpo com as características dele. “Toda semana saio para procurar e não encontro”, lamenta. Agora, com inserção dos dados, espera que tenha alguma notícia. “Acredito que possamos encontrá-lo vivo ou  morto, saber o que aconteceu”.

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