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Capital

Com 500 presos na Gameleira, policiais reclamam de vulnerabilidade de presídio

A penitenciária fica na Estrada da Gameleira, no Km 455, na zona rural de Campo Grande

Viviane Oliveira e Helio de Freitas | 19/12/2022 11:05
Fachada do presídio da Gameleira (Foto: arquivo / Paulo Francis)
Fachada do presídio da Gameleira (Foto: arquivo / Paulo Francis)

Depois de um preso tentar fugir da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira II, "conhecida como Federalzinha", por volta das 19h30 de sábado (17), os policiais penais reclamam da vulnerabilidade na unidade prisional.

O Campo Grande News apurou que, após ouvirem barulhos, os agentes foram verificar o que havia acontecido e identificaram o preso do lado de fora do pavilhão 3, no telhado da cela disciplinar. Segundo os agentes, o preso acessou a área externa pelo solário do cárcere, onde estava alojado. Também foi encontrada pelos policiais uma corda arrebentada enrolada ao lado da muralha, ou seja, o preso tentou escalar o muro, mas não conseguiu. O nome do interno que tentou fugir não foi informado.

Ao verificarem pelas câmeras da unidade, os agentes constataram que o preso já estava pelo lado externo desde as 15h, tentando fugir pela muralha. Com pedaço de ferro nas mãos, o preso entrou e saiu por várias vezes da cela disciplinar. Segundo apurado pela reportagem, os agentes dessa unidade já reclamaram por diversas vezes à direção sobre a vulnerabilidade em que trabalham.

Segundo eles, na penitenciária de segurança máxima, há vários líderes de facção criminosa nos pavilhões, porém há apenas 5 ou 6 policiais por plantão para vigiar cerca de 550 presos. Ainda conforme os policiais penais, os detentos que fazem serviços internos (no pátio e nos arredores do presídio) saem das celas sem acompanhamento dos agentes.

“São internos com histórico de crimes de latrocínio, roubo a bancos e faccionados. Trabalhamos dentro dos pavilhões com essa quantidade de plantonista (de 5 a 6) e ainda temos que tolerar as regalias que os presos do setor de serviços recebem da direção”.

Segundo os servidores, quando esses internos infringem alguma regra dentro do presídio, não podem sofrer nenhuma sanção porque a direção “se apressa em protegê-los" e retiram deles as punições registradas pelos policiais.

Muro alto e grades na penitenciária que foi inaugurada há pouco mais de 1 ano (Foto: arquivo / Paulo Francis) 
Muro alto e grades na penitenciária que foi inaugurada há pouco mais de 1 ano (Foto: arquivo / Paulo Francis)

A penitenciária, conhecida como "Federalzinha", foi inaugurada em 2021 e tida como unidade de segurança máxima reforçada, com maior rigidez no cumprimento de protocolos. O presídio tem 110 celas com capacidade para seis internos em cada.

Outro lado - Por meio de nota, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) informou que o interno chegou a subir na tela que cobre o solário, mas foi visto pelos policiais penais de plantão, que impediram que avançasse ao muro. "Será feita a devida apuração sobre as circunstâncias do ocorrido", disse o texto.

Como forma de reforçar a segurança no local, grades serão instaladas acima das telas que cobrem os solários para dificultar o acesso por parte dos custodiados. A instituição afirmou que desconhece qualquer tipo de proteção a internos alegada pelos policiais penais. "Conforme verificado, não foi registrada nenhuma reclamação referente a isso nos canais oficiais da instituição".

"Importante destacar que qualquer alteração deve ser devidamente comunicada por escrito pelos policiais penais e reportada à chefia. As sanções aplicadas pela chefia devem estar de acordo com o que está estabelecido na legislação".

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