Com centro cirúrgico lotado, Santa Casa suspende eletivas nesta 4ª feira
Das 11 salas, quatro foram transformadas em CTI Cardíaco
Maior hospital público do Estado, a Santa Casa suspendeu as cirurgias eletivas nesta quarta-feira.
Desta vez, a justificativa para a suspensão dos procedimentos agendados é o grande número de pacientes que precisam passar por cirurgias de urgência aliado à redução nas salas disponíveis no centro cirúrgico.
Das 11 salas, quatro foram transformadas em CTI (Centro de Terapia Intensiva) Cardíaco, pois a ala destinada aos pacientes cardíacos passa por reformas. A suspensão de hoje afeta 18 pacientes que tinham cirurgia eletiva agendada.
Outras 17 pessoas estavam na fila por procedimento cirúrgico de emergência. O hospital culpa os acidentes de trânsito, principalmente com motos, pela grande demanda no setor de urgência e emergência.
Conforme a assessoria de imprensa da Santa Casa, entre janeiro e abril foram 5.269 cirurgias, sendo 2.169 ortopédicas. Neste ano, o hospital atendeu 1.698 vítimas de acidentes de trânsito. Do total, 1.135 foram vítimas de acidentes envolvendo motocicletas.
No ano passado, das 5.917 vitimas de acidentes de trânsito atendidas no hospital, 60% estavam em motos. Conforme a assessoria, a ampliação da suspensão para os outros dias vai depender da quantidade de pacientes no setor de emergência.
A Santa Casa não permitiu a entrada da reportagem no interior do Pronto Socorro, porta de entrada para os atendimentos. Para mostrar o drama dos pacientes, familiares recorrem à tecnologia, como fotos e filme com aparelho celular. No mês passado, vídeo mostrando lixo e falta de condições mínimas de higiene foi repassado pela filha de uma paciente ao Campo Grande News.
O hospital está sob intervenção do poder público desde janeiro de 2005. Na ocasião, o Pronto Socorro fechou as portas. Nos últimos anos, o hospital aparece de forma recorrente no centro de denúncias de caos e sucateamento.
Ainda em construção, o Hospital do Trauma é apontado como a solução para desafogar a Santa Casa. Orçada em R$ 17 milhões, a previsão é que a unidade de saúde seja entregue no fim de 2012.