Com Dom Aquino cheia de buracos, vale até cadeira para evitar acidentes
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A convivência diária com buracos pelas ruas de Campo Grande, tem despertado a criatividade e solidariedade da população. Tanto no Centro como nos bairros, não é difícil encontrar bonecos, pedaços de madeira e até cadeira para sinalizar os buracos e evitar acidentes ou prejuízos.
Na rua Dom Aquino, entre as Ruas Saldanha Marinho e General Osório, no Bairro Amambaí, por exemplo, são muitos os relatos de quem teve pneu estourado ao cair em buraco, hoje sinalizado com uma cadeira.
“Eu tive um prejuízo de R$ 200 para arrumar o pneu, parece pouco, mas é um dinheiro que faz falta para gente”, reclamou o lavador de carros Fagner Teixeira Fernandes, 33 anos, que na semana passada vivenciou a situação. O buraco está ali há meses, junto ao quebra-molas, e há alguns dias recebeu uma cadeira para sinalizar.
Quem colocou? Ninguém sabe, o importante é que de alguma forma os motoristas conseguem vê-la e assim evitam acidentes. “ Já foi usado de tudo para tentar sinalizar, entulhos pneus. A cadeira está dando resultado”, disse o empresário Denivaldo Aguilar, 33 anos, que tem um lava-jato por ali.
Ainda no Bairro Amambaí, na quadra abaixo, Rua Dom Aquino com Joaquim Nabuco, outro buraco. Neste a sinalização foi derrubada por algum motorista descuidado que atropelou o cavalete colocado por algum vizinho. “Alguém acabou atropelando, por isso está cheio de madeira la dentro”, disse o autônomo Carlos Rocha, 27 anos.
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O empresário Tharik Williams da Silva, 25 anos contou que várias pessoas já tiveram o inconveniente de quebrar a roda do carro e pedir ajuda. “Acontece de tudo, gente que quebra a roda do carro, outros que têm o pneu estourado”, disse.
Mais no começo da Dom Aquino, a partir da Padre João Crippa, a situação não é diferente. Quase na esquina moradores sinalizaram o buraco com um tampão. “Há quase dois meses esse buraco provocou a queda de um motociclista e tiveram que chamar o bombeiro”, contou o jornaleiro Ulisses de Almeida Nonato Neto, 68 anos, que tem um banca na esquina da Dom Aquino com a Padre João Crippa.
Ali em frente também um outro causa transtorno, e “ele chegou a ser recortado para receber a massa asfáltica, mas só ficou nisso e assim acabou ficando mais profundo, o que fez piorar a situação”, detalhou Ulisses Neto.
Na avaliação do porteiro Hudson Cezar Marti, 48 anos, a situação complica à noite e quando chove. “Aí a atenção tem de ser redobrada, porque fica quase impossível enxergar”. Ele disse que a operação tapa-buraco foi feita na Dom Aquino, mas parou até as proximidade da Praça Esportiva Belmar Fidalgo.
Além da Dom Aquino, a reportagem conferiu a situação da Rua Alagoas. Quem passa por ali da Euclides da Cunha até a Rua Rua General Odorico Quadros encontra vários buracos pela frente. “ Eu até evito passar aqui de carro. Deixo o carro mais distante e venho a pé”, contou o analista ambiental, Michel Lopes Machado, 34 anos.
A administradora Márcia Haddad, 31 anos, também reclamou. “A situação é precária. Conheço várias pessoas que já tiveram prejuízos, pneus furados por terem caído nesses buracos. Comigo ainda não ocorreu”, disse ela.
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Campo Grande informou, via assessoria de imprensa, que a programação do tapa-buraco está seguindo um cronograma e em até quatro meses deve atingir toda a cidade, inclusive a área central.