Com filho internado, mas sem UTI para mãe, mulher denuncia prioridade aos jovens
Nem decisão favorável da Justiça, no dia 28 de maio, garantiu internação hospitalar à idosa de 82 anos
Com o filho de 38 anos internado e intubado no Hospital Regional e a mãe dela, de 82 anos, intubada e sem acesso a hemodiálise na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida, os dias de Tânia Mara Martins da Silva, 57, têm sido de lágrimas. Os dois familiares dela estão com covid-19.
Ao telefone com a reportagem, ela chora, e pede “pelo amor de Deus” uma vaga em hospital para a mãe dela, Dilce Silva Martins. “Eles estão priorizando quem é mais jovem. Direto saem daqui (regulados para vaga hospitalar) quem é mais novo e minha mãe está aqui esperando há duas semanas”, lamenta.
“Tanto novo quanto idoso tem que ter preferência. Não é porque é velho que vai deixar morrer. É minha mãe, mas podia ser a mãe de qualquer um, a sua, a do prefeito. Se não tem vaga, arrumem gente! Se virem!”, clama.
Ela conta que nem mesmo a decisão favorável da Justiça por uma vaga hospitalar ajudou a ocorrer a transferência. “Meu filho está bem cuidado lá no HR. Eu preciso é vaga pra minha mãe, que já disseram que ela está com problema renal e não tem maquina pra hemodiálise aqui”, relatou.
Segundo Tânia, há mais três pessoas idosas intubadas na UPA Vila Almeida, todas aguardando vaga hospitalar. A mãe dela está lá desde 24 de maio e a decisão favorável é de 28 do mesmo mês.
Conseguiu – a paciente Maria Leila Ortiz, 51 anos, que no último domingo, dia 30, completou 11 dias está na UPA Vila Almeida conseguiu hoje transferência para hospital. Ela, através da filha, também havia acionado a Justiça para conseguir vaga, até então sem sucesso.