Com fiscalização em frente a escola, filas duplas somem
Em todo ano passado, a Agetran emitiu 1,3 mil notificações por infrações cometidas nas saídas dos colégios
Dois guardas municipais fiscalizaram a saída de alunos em frente ao Colégio Harmonia, no Jardim dos Estados, esta tarde, e por coincidência, filas duplas de veículos não se formaram em frente ao local. O Campo Grande News acompanhou a situação por volta das 17 horas e não encontrou motoristas praticando esta ou outra infração de trânsito comum nesse horário.
Ao conversar com o guarda Ismael Rocha, ele falou à reportagem que ainda tem quem queira justificar que é “rapidinho”, mas que nessas situações, os profissionais precisam ser duros. “Mesmo com fiscalização, as pessoas sempre vêm com aquela desculpazinha 'mas é rapidinho', 'é menos de um minuto', então tem que ser pulso firme, senão ninguém respeita”, afirmou.
Ele contou ainda que, assim que chegou na escola, precisou notificar um motorista que acabou parando em fila dupla para pegar um aluno que estava saindo. “Hoje, quando chegamos, tinha um carro parado na faixa de pedestre e eu tive que notificá-lo”, afirmou.
Já no Colégio Marista Alexander Fleming, no Jardim Autonomista, o festival de infrações correu solto e lá, além da fila dupla que trava o trânsito, outro problema comum é estacionar na faixa amarela e parar em cima da faixa de pedestre. Quem não quer errar, tem que chegar mais cedo.
A médica Alana Marinho, de 32 anos, buscou a filha de 5 anos. “Não tem jeito. A fila dupla atrapalha, ainda mais no horário de 17h, quando todos querem ir para casa”, comentou, lembrando que a escola oferece um estacionamento em frente, mas que não comporta o número de pais.
Já a farmacêutica Gleise Startari chegou às 16h50 para buscar o filho de 8 anos. “O horário de saída é às 17h20, mas para encontrar lugar para estacionar, a solução que encontrei é me adiantar. É preciso organizar os meus horários. Se chegar aqui depois das 17h, fica impossível achar um lugar para estacionar”, lamentou. Para ela, “os pais sabem que é errado e que atrapalha a dinâmica do trânsito”, mas não se importam.
O Campo Grande News acompanhou por dois dias seguidos a situação em algumas escolas da cidade e notou que apesar de saberem ser errado, os motoristas não cessam de praticar a infração. Fiscalização também é insuficiente e não cobre todos os colégios possíveis.
A reportagem entrou em contato com a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), que informou que em todo ano passado foram 1,3 mil notificações por infrações em frente aos colégios aplicadas. Números deste ano ainda não foram contabilizados.