Com medo de passar mal, deputado acusado de matar Marielle não fez cateterismo
Chiquinho Brazão não se sente seguro de fazer o transporte até a clínica em viatura policial
Apesar da autorização concedida pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o deputado federal João Francisco Inácio Brazão (sem partido), o Chiquinho Brazão, ainda não foi submetido a cateterismo. Isso porque o parlamentar, que está na Penitenciária Federal de Campo Grande, teria passado mal anteriormente, ao sair do presídio para fazer exames, e tem receio que aconteça de novo.
RESUMO
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Apesar da autorização do STF para o deputado Chiquinho Brazão realizar um cateterismo, o procedimento ainda não foi realizado devido ao receio do parlamentar de passar mal durante o transporte algemado em viatura policial. A defesa avaliará a possibilidade de solicitar ao STF que o traslado seja feito em ambulância após visita de familiares na sexta-feira. Brazão, preso em Campo Grande por envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco, tem histórico de problemas de saúde, incluindo hipertensão, diabetes e cardiopatia, o que justifica a preocupação com seu transporte.
Brazão, de 64 anos, está em Campo Grande desde o dia 27 de março de 2024, acusado de ser o mandante da morte da vereadora Marielle Franco, em crime ocorrido em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro.
A informação apurada pelo Campo Grande News é que o parlamentar está com receio de ser levado novamente na viatura policial, algemado, para ser submetido ao procedimento e passar mal outra vez.
A reportagem apurou que a defesa irá aguardar para avaliar se pede ao ministro Alexandre Moraes, do STF, que o translado seja feito em ambulância.
Esta avaliação somente deve sair a partir de sexta-feira (17), depois que Brazão receber a visita de familiares. Caso se sinta seguro para ir, mas de ambulância, aí essa solicitação será peticionada.
O cateterismo é procedimento invasivo para inserção de cateter na veia ou artéria para exame dos vasos sanguíneos.
A reportagem questionou a Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais) sobre o atendimento a Chiquinho Brazão, mas a informação é que secretaria "não repassa informações sobre custodiados" do sistema federal.
Porém, informou que as cinco penitenciárias têm unidades de saúde com equipes de médicos, dentistas e outros profissionais e trabalha em parceria com SUS.
Ainda conforme a nota, em casos complexos, o custodiado é mantido sob os cuidados ininterruptos da equipe multiprofissional, além de telemedicina e suporte oferecido pelo SUS local e quando necessário, equipes de escoltas compostas por policiais penais federais realizam o deslocamento, seja por viatura comum ostensiva ou por ambulância, a depender da situação, seguindo protocolo de segurança.
Risco à saúde – Em outubro, a defesa de Brazão solicitou a prisão domiciliar, alegando “fragilidade do estado de saúde”. Na ocasião, o ministro do STF determinou que a Penitenciária Federal de Campo Grande realizasse avaliação médica, o que foi realizado e o autorizou para o cateterismo, dado no dia 2 de janeiro.
“Diante do exposto, autorizo a imediata realização do exame de cineangiocoronariografia [ou cateterismo cardíaco], que poderá ser realizado pelo médico cardiologista a ser indicado por João Francisco Inácio Brazão, na cidade em que o réu está custodiado, mediante escolta a ser realizada pela Polícia Federal”.
Os advogados de Brazão apontam que o parlamentar é portador de hipertensão arterial, diabetes, cardiopata, possui angioplastia prévia com stent, doenças crônicas e metabólicas que apresentam quadro clínico complexo. Eles também alegam episódios de hiperglicemia, variações pressóricas, risco cardiovascular elevado, fatores indicativos de severa e contínua perda da capacidade renal.
Motivação - A delação premiada do miliciano Ronnie Lessa, homologada pelo STF, aponta que p planejamento da execução teria começado no segundo semestre de 2017, após uma "descontrolada reação" de Chiquinho Brazão devido à participação de Marielle na votação do Projeto de Lei Complementar 174/2016.
A proposta, de autoria de Chiquinho quando ainda era vereador, dispunha sobre a regulamentação fundiária de loteamentos e grupamentos existentes nos bairros de Vargem Grande, Vargem Pequena e Itanhangá, assim como nos bairros da XVI RA – Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. O irmão dele, o conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado), Domingos Brazão, também foi acusado pelo crime e está preso na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO).
A delação indica que o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, participou do plano da morte da vereadora. Ele teria orientado os assassinos para que o crime não fosse executado na saída da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Os três foram acusados pelo crime.
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