Comércio pode ajudar a financiar instalação de câmeras na Capital
Projeto de videomonitoramento em vias públicas foi aprovado na Câmara Municipal, mas depende da sanção do prefeito
O comércio de Campo Grande pode auxiliar na compra de câmeras de segurança para instalação na região central, conforme previsto pelo Projeto de Lei aprovado nesta semana na Câmara Municipal sobre a “instalação e operação do sistema de videomonitoramento das vias públicas e o tratamento das imagens, das informações e dos dados produzidos”. O texto ainda depende da sanção do prefeito Nelsinho Trad (PMDB).
A possível participação do setor comercial no custo do projeto foi ventilada na manhã desta sexta-feira pelo comandante-geral da Polícia Militar em Mato Grosso do Sul, coronel Carlos Alberto David dos Santos.
Ele defendeu a integração da classe em parceria com a prefeitura de Campo Grande e o governo do Estado, já que o custo total do videomonitoramento deve apresentar valores altos.
David citou ainda que comerciantes aderiram a instalação de câmeras de segurança nos municípios de Maracaju e Paranaíba, que já adotam o sistema.
“É um assunto de interesse de todos. O projeto é bem vindo e chega em boa hora”, destacou.
O comandante enalteceu ainda que a instalação das câmeras pode reduzir a presença de policiais em alguns pontos da cidade porque seria uma forma “da PM estar em vários lugares da cidade por meio da tecnologia”.
“A Polícia Militar se dispôs a trabalhar com a central do monitoramento dentro do Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança)”, frisou.
David também afirmou que a corporação já recebeu várias empresas de monitoramento.
Favorável - Para o presidente da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) da Capital, Ricardo Kuninari, o projeto de videomonitoramento é reivindicação antiga. “A área central é o local onde mais se registra ocorrências em todo Estado”, revelou.
Kuninari se mostrou um pouco reticente sobre a possibilidade dos comerciantes participarem do financiamento do sistema e lembrou que o setor é o maior contribuinte do governo do Estado. “O comerciante arca com muitos impostos”, critica.
No entanto, garantiu que, caso a CDL fosse consultada pela prefeitura ou governo do Estado sobre o assunto, “sentaria à mesa para discutir o papel de cada um” e assegurou que a classe contribuirá.
Já os lojistas começam a se mostrar favoráveis a ideia. Gerente de uma loja de roupas localizada na avenida Afonso Pena com a Rua 14 de julho, Susy Melo, de 26 anos, diz que o projeto reforçaria a segurança do estabelecimento que já conta com oito câmeras e segurança.
Há dois anos no local, ela conta que a loja nunca foi assaltada, mas pela alta movimentação, sente medo. Por conta disso acredita ser totalmente viável que os lojistas participem financeiramente do projeto.
Eva Pereira de Souza, 34 anos, gerente de uma loja de Joias na Rua 14 de Julho, entre Afonso Pena e a Barão do Rio Branco, declarou ter “adorado a ideia” e que a filial do estabelecimento, na 13 de Maio, já sofreu assaltos.
“Por trabalharmos com joias e altos valores, o videomonitoramento trará mais segurança e inibir a ação dos assaltantes no centro”, comentou.
Projeto - O projeto, de autoria dos vereadores Alex, Mario Cesar, Carlão e Paulo Siufi, foi tema de audiência pública em maio na Câmara Municipal.
A ideia do projeto é que o monitoramento por vídeo ocorra em ruas de maior movimento e imóveis mais vulneráveis à ação dos criminosos para, além de auxiliar a elucidar crimes e acidentes de trânsito, inibir a violência.
A região central e avenidas estratégias da cidade, como Eduardo Elias Zahran, Bandeirantes, Spipe Calarge e Pontalina, devem constar no projeto de câmeras.
Ontem, o vereador Alex (PT) comentou que agora torce pela sanção do prefeito Nelsinho Trad e que vai viabilizar reuniões técnicas com integrantes da Secretaria de Segurança Pública, Guarda Municipal e Instituto de Tecnologia do município.