Corredores são apontados como solução para transporte coletivo em audiência
A criação de um corredor de ônibus foi defendida por diversos representantes de classe e usuários
Os atrasos das linhas de ônibus e a frota de veículos disponíveis são as principais reclamações dos usuários do transporte público de Campo Grande. Durante a audiência pública na Câmara Municipal, na manhã desta segunda-feira (15), os corredores de ônibus foram apontados como a principal solução para o problema.
De acordo com a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), hoje existem três corredores de ônibus previsto em Campo Grande, o Norte (Avenida Cônsul Assaf Trad, Avenida Coronel Antonino, Rua 25 de Dezembro, Rua Alegrete, Avenida Mato Grosso e Avenida Calógeras), o Sul (Avenida Manoel da Costa Lima e Rua Rui Barbosa) e Sudoeste (Avenida Bandeirantes em conjunto com as ruas Guia Lopes, Brilhante e Avenida Gunter Hans).
“As obras dos corredores de ônibus estão acontecendo. Agora vamos licitar as obras do corredor na Rua Bahia e na Rua Calógeras”, adiantou o diretor-presidente da Agetran, Janine de Lima Bruno.
A criação de um corredor de ônibus foi defendida por diversos representantes de classe e usuários. A Ussiter (União Sul-mato-grossense dos Usuários do Sistema Integrado de Transporte Urbano e Estadual Rodoviário) defendeu o recuo de um metro no canteiro da Avenida Afonso Pena.
Hoje na Afonso Pena passam 21 linhas de ônibus e os veículos completam 726 voltas por dia. “Queremos agilidade para melhorar a parte mais difícil dos transportes que são os atrasos. Estamos pedindo o recuo para padronizar a largura das faixas da Avenida Afonso Pena, de acordo com o que está previsto no Codigo Nacional de Trânsito”, explicou o presidente da Ussiter, Antônio Aparecido Duarte.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo, Demétrio de Freitas a sugestão é o fim do estacionamento da via para a criação do corredor. “Hoje o nosso maior problema maior é a Avenida Afonso Pena, por causa do espaço. Motorista vive pagando retrovisor, por exemplo”, apontou. Demétrio ainda afirmou que os motoristas são os mais penalizados. “A pressão do horário, independente se o ônibus é novo ou é velho é cobrado que a gente tem que cumprir”, completou.
O presidente do Consórcio Guaicurus, João Resende, também defende as faixas exclusivas para ônibus. “Para o leigo, a solução do transporte público de Campo Grande é colocar mais ônibus nas ruas. Mas nós precisamos aumentar a velocidade dos ônibus para que os veículos façam mais viagens e não aumentar o número de ônibus nas ruas. Isso vai aumentar as despesas”, explicou.
Resende ainda evidenciou o problema da Rua Rui Barbosa, que com as obras na Calógeras recebeu toda a demanda. O fluxo de ônibus na via aumentou e hoje passam cerca de 80% das principais linhas da Capital, inclusive as quatro principais. “A agetran alega que pode dar problema com os automóveis, mas vai dar mesmo porque não tem jeito de atender todo mundo. O automóvel pode escolher por onde vai, o ônibus não”, completou.
O professor e usuário de transporte coletivo, Eric Moisés, também vê os corredores como solução. “O principal problema é a operação ruim, pouco ônibus e trajetos mal projetados. Perde muito tempo. E em vias que são gargalos, os corredores melhoram muito a questão dos atrasos”, disse.
Audiência - Após a audiência pública, os vereadores irão cobrar do poder público a atualização da Lei Municipal de Transporte Público e o andamento e prazo da reforma dos terminais, também discutida na Casa.