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Capital

Criar rituais ajuda a enfrentar saudades de quem se foi, explica padre

Acender uma vela, rezar um terço pelos seus falecidos, por exemplo, são práticas que minimizam a dor

Por Izabela Cavalcanti e Caroline Maldonado | 02/11/2024 11:49
Padre Rodrigo Menegatti na missa do Cemitério Parque de Campo Grande (Foto: Paulo Francis)
Padre Rodrigo Menegatti na missa do Cemitério Parque de Campo Grande (Foto: Paulo Francis)

No Dia de Finados, celebrado neste sábado (2), o Padre Rodrigo Menegatti da Paróquia Divino Espírito Santo, ajuda as pessoas a enfrentarem o luto e a saudade deixada por aqueles que partiram.

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No Dia de Finados, o Padre Rodrigo Menegatti da Paróquia Divino Espírito Santo aborda a importância dos rituais para ajudar as pessoas a lidarem com o luto e a saudade. Ele explica que o luto envolve estágios como negação e raiva, e que a ritualização da dor, através de orações e missas, é essencial para a elaboração do luto e a proteção da saúde mental. O padre sugere práticas como acender velas e rezar, além de enfatizar a importância da missa para o conforto espiritual. Relatos de participantes mostram como esses rituais ajudam a manter viva a memória dos entes queridos e a enfrentar a dor da perda.

Durante a missa, ele explica que o luto passa por vários estágios: o da negação, raiva e de tentar culpar alguém. Por isso, a dor precisa ser ritualizada.

“A dor precisa ser simbolizada, então, os rituais de passagem, sejam as orações, seja a missa de sétimo dia, seja a missa de 30 dias, de um ano, eles simbolizam essa passagem e sinalizam para algo muito maior, então realmente é um processo de elaboração do luto que passa pela espiritualidade, que é um fator de proteção também de saúde mental e de elaboração do luto”, explicou.

Além do Dia de Finados, o padre orienta que também é importante fazer outros tipos de rituais.

“Acender uma vela, rezar um terço pelos seus falecidos, tudo isso ajuda muito. Algumas pessoas têm dificuldade de visitar os cemitérios no começo, porque a elaboração do luto ainda está muito difícil, a dor, ela toma conta. Então, realmente, é importante buscar orações como o santo terço, como a missa, como rezar na frente de uma vela, para depois chegar à exposição, chamada exposição mais gradativa da dor, que é visitar o cemitério”, disse.

O militar, Arturo Souto, de 66 anos, enfatizou que participar da missa ajuda na espiritualidade. “Essa forma que eles acolhem a gente é muito bom, inclusive, a missa que é importantíssima. É uma lembrança muito importante, não só para nós, como para os nossos entes queridos, ter na memória essa lembrança de que eles também precisam”, disse.

Arturo no Cemitério Parque de Campo Grande (Foto: Paulo Francis)
Arturo no Cemitério Parque de Campo Grande (Foto: Paulo Francis)

Ele tem um neto que faleceu logo quando nasceu. “A gente tem uma forma de carinho, de dedicação, de saudade”, pontuou.

João Luiz Fernandes, de 50 anos, diz que se sente confortado quando participa da missa. “Eu não sigo religião nenhuma, mas minha mãe faleceu tem 20 dias e eu vi escrito lá que teria missa e hoje eu vim. Ajuda muito, na verdade, meu pai está enterrado no outro cemitério, tem 17 anos que ele morreu”, disse.

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