"Dano irreparável", diz irmã de técnica de enfermagem morta no trânsito
Gilmara é velada no Cemitério Jardim das Palmeiras, onde será sepultada na terça-feira (6)
Acontece na noite desta segunda-feira (5), no Cemitério Jardim das Palmeiras, o velório da técnica de enfermagem Gilmara da Silva Canhete Baldo Bernardo, de 46 anos, atropelada e morta pela motorista Tânia Barbosa Franco de Araújo Nogueira, 48, no último domingo, no cruzamento das ruas Ceará e da Paz, no Bairro Santa Fé, em Campo Grande.
A reportagem conversou com a irmã da vítima, Giovana da Silva Canhete, 47. "Recebemos a notícia do acidente por volta das 23h. Meus filhos saíram, achei que havia acontecido algo com eles. Fui o único contato [da família] que atendeu as ligações. Fiquei preocupada e insistiram para que fosse até a delegacia. Quando cheguei ao local, me deram a notícia. Fiquei totalmente sem ação e a única coisa que consegui fazer foi ligar para o meu irmão".
Conforme boletim de ocorrência, Gilmara conduzia uma moto Yamaha Factor, quando foi atingida na traseira pelo veículo, um Chevrolet Ônix, que trafegava no mesmo sentido. Com o impacto, ela foi arremessada a 10 metros do local da colisão, já a moto, a 40 metros. Vídeo que gravou o acidente mostra dinâmica diferente do que foi registrado. A motociclista aparentemente tenta fazer conversão à esquerda, proibida em toda a Rua Ceará, quando é atingida pelo Ônix.
Giovana destaca que o acidente é mais uma das fatalidades que se tornaram frequentes em Campo Grande. "No meu ponto de vista, o que aconteceu é um acidente que pode acontecer com todo mundo, porque a gente precisa aprender a dirigir também para quem está nas ruas, ter mais responsabilidade. O que falei não justifica a morte da minha irmã, mas todo cuidado no trânsito é necessário".
Gilmara era a mais velha de fquatro irmãos. Prestativa, iniciou a carreira na enfermagem há cerca de três anos, de acordo com Giovana. "O que posso falar da minha irmã é que ela sempre foi uma pessoa muito prestativa, uma pessoa que nunca desamparou um membro da família, como um pilar de tudo. Ela é uma ótima irmã, uma ótima mãe e uma ótima companheira".
Ela tinha defeitos, mas as qualidades superavam tudo. Ela era muito solidária, fazia tudo o que era possível para ajudar ao próximo. Além de ser presente, para fazer o que estava no alcance dela. Sempre esteve disposta, nos melhores e piores momentos", disse Giovana da Silva Canhete.
Questionada sobre a prisão em flagrante de Tânia, a irmã da vítima pontua que espera uma punição severa.
"A moça que atropelou vai pagar, seja na justiça dos homens e também na justiça de Deus. Ela destruiu nossa família, sabe? A Gilmara era mãe, irmã, avó, amiga, uma pessoa trabalhadora... Não foi só mais uma morte [no trânsito]. Acho que faltou consciência da parte dela por sair e se embriagar. Hoje em dia, tem aplicativo, telefone, táxi... Ela poderia ter poupado uma pessoa que lutou muito na vida", relatou.
Giovana sente que falta parâmetro, "principalmente para punir uma pessoa que tem registro de outros incidentes". Ela disse que não acompanhou a cobertura do caso, mas está "ciente de que a condutora do veículo já teve problemas com a habilitação".
Essa moça um dia vai ser presa, e depois de cumprir a pena, ela vai sair. E nesse meio termo, minha irmã não vai voltar. A vida vai ser como um tabuleiro incompleto", concluiu Giovana da Silva Canhete.
(*) Matéria alterada para acréscimo de informação às 14h33 do dia 6 de junho.