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Capital

Defesa entrega à polícia calças de "Pedreiro Assassino" para exames de DNA

São 4 peças de roupa, entre elas as que criminoso teria usado para cometer dois homicídios

Marta Ferreira | 30/05/2020 10:00
Cleber, de camiseta clara, deixa o local onde foi encontrado morto Timótio Romão, de 62 anos, no dia 16 de maio.
Cleber, de camiseta clara, deixa o local onde foi encontrado morto Timótio Romão, de 62 anos, no dia 16 de maio.

Depois de denunciar tortura pelos investigadores, e informar que alegaria insanidade mental do cliente, a defesa de Cleber de Souza Carvalho, 43 anos, o “Pedreiro Assassino”, mudou de postura e decidiu entregar o que, acredita, possam ser provas das investigações dos sete assassinados confessados por ele. Quatro calças foram levadas à DEH (Delegacia Epecializada de Repressão aos Crimes de Homício) para serem examinadas científicamente, na sexta-feira (29).

A pergunta a responder pela perícia é se existe vestígio nas vestimentas, como exemplo sangue, que possa ter o DNA extraído e comparado ao das vítimas. A peça protocolada pelo advogado Jean Carlos Cabreira diz que entregou as roupas como instrumento de exercício do direito ao "contraditório e à ampla defesa".

Entre as peças de roupa, estariam as utilizadas no assassinato de José Leonel Ferreira dos Santos, no dia 2 de maio, e de Timóteo Pontes Romã, 62 anos, vítima em 3 de maio, na casa onde vivia, na Rua Netuno. O corpo dele estava em um poço desativado, a 10 metros de profundidade.

A informação sobre o material entregue consta do processo pelo homicídio de José Leonel, pelo qual estão presos Cleber, a mulher dele Roselaine Tavares Gonçalves, 40 anos, e Yasmim Natasha Gonçalves, 19 anos.

Conforme consta dos documentos, o advogado ficou sabendo da existência das roupas, guardadas em uma mochila, quando foi ao IPCG (Instituto Penal de Campo Grande) visitar o cliente. Segundo escreveu, as irmãs o “Pedreiro Assassino” localizaram as roupas e, então, foi tudo levado para a Degacia.

No processo, foi anexado o documento do advogado apresentando as peças na delegacia e do delegado responsável pelo inquérito, Carlos Delano, sobre o recebimento.

Agora, seguindo o tramite legal, as roupas vão ser encaminhadas para a perícia da Polícia Civil.

Processo – Cleber, a mulher e a filha, já são réus por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáveres em relação a José Leonel.  A defesa recebeu, nesta semana, 10 dias para se manifestar, depois de notificada.  A partir daí, o juiz responsável, Aluizio Pereira dos Santos, vai marcar as audiências de instrução, para ouvir defesa, acusação e por último os réus.

Segundo as apurações da polícia, a vítima foi morta na cozinha de casa, com um golpe de objeto metálico na cabeça, o corpo foi arrastado para a varanda e enterrado no quintal.

Só foi achado no dia 7 de maio, quando familiares de José Leonel, estranhando a ausência dele inclusive no Whastapp, foram até o imóvel, na Vila Nasser, e encontraram os estranhos vivendo na casa.

Cleber já havia fugido. Ele só foi preso no dia 15 de maio, quando confessou, em pouco mais de 24 horas, outros seis assassinatos. Ajudou, inclusive, a desentarrar os corpos. Para a polícia, o criminoso em série, além dos homicídios, se apossava de bens das vítimas, como terrenos e veículos.

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