Defesa parte para 2º dia com tese de que mãe de Sophia era vítima de violência
Advogado sustenta que tanto a menina quanto Stephanie foram vítimas de Christian
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
A defesa de Stephanie de Jesus da Silva, acusada de homicídio doloso por omissão da filha Sophia, de 2 anos, argumenta que ela vivia em um ciclo de violência doméstica, o que a tornava vulnerável. O julgamento, que ocorre na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, destaca que tanto Stephanie quanto Sophia foram vítimas do padrasto, Christian Campoçano Leitheim, que é suspeito de ter espancado a criança até a morte. O caso ganhou notoriedade após a morte da menina em janeiro de 2023, quando foi constatado que ela apresentava lesões e sinais de agressão, além de violência sexual. A defesa clama que a mãe já está sendo punida pela perda da filha e que o sistema judicial não reconhece adequadamente a situação de vulnerabilidade em que se encontrava.
A defesa da mãe de Sophia, morta aos 2 anos, parte para o segundo dia de julgamento reforçando a tese de que de Stephanie de Jesus da Silva, de 26 anos, estava presa a um ciclo de violência doméstica. Ela é julgada por homicídio doloso por omissão. A sessão começou ontem e prossegue nesta quinta-feira (5), na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.
“Ela vivia num ciclo de violência doméstica e se colocava em relacionamentos abusivos. O primeiro com o Jean. Ele não pagava pensão, ele a abandonou. O segundo com Christian. Mas o Christian é um narcisista, que simplesmente acabou com a vida dela”, afirma o advogado Alex Viana de Melo.
Jean Ocampo é o pai de Sophia. Enquanto que Christian Campoçano Leitheim é o padrasto e suspeito pela morte da criança. No banco dos réus, pesa contra ele as denúncias de homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e praticado contra menor de 14 anos. Christian ainda responde por estupro de vulnerável.
A defesa sustenta que tanto a menina quanto a mãe foram vítimas dele. “A Sophia e Stephanie foram vítimas do Christian. E ela tem uma pena que é para sempre, perdeu a filha. E ela está sendo uma vítima do Estado. Todos os promotores sabem do ciclo de violência doméstica. Mas eles não assumem que ela estava vulnerável porque ela não morreu”, diz o advogado.
O caso - Na tarde do dia 26 de janeiro de 2023, a menina Sophia, de 2 anos e sete meses, deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antonino já sem vida.
Inicialmente, a mãe, que foi até lá sozinha com a garota nos braços, sustentou versão de que ela havia passado mal, mas investigação médica encontrou lesões pelo corpo, além de constatar que a morte havia ocorrido cerca de quatro horas antes da chegada ao local.
O atestado de óbito apontou que a garotinha morreu por sofrer trauma raquimedular na coluna cervical (nuca) e hemotórax bilateral (hemorragia e acúmulo de sangue entre os pulmões e a parede torácica). Exame necroscópico também mostrou que a criança sofria agressões há algum tempo e tinha ruptura cicatrizada do hímen, sinal de que sofreu violência sexual.
Para a investigação policial e o Ministério Público, Sophia foi espancada até a morte pelo padrasto, depois de uma vida recebendo “castigos” físicos.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.