ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, QUARTA  04    CAMPO GRANDE 23º

Capital

Depoimentos dos réus devem encerrar 1ª dia de júri e debates ficam para amanhã

Primeira parte do julgamento durou pouco mais de 4h30 e três testemunhas foram ouvidas

Por Ana Paula Chuva e Kamila Alcântara | 04/12/2024 14:00
Juiz Aluizio Pereira dos Santos conversa com a imprensa durante intervalo do júri (Foto: Ana Beatriz Rodrigues)
Juiz Aluizio Pereira dos Santos conversa com a imprensa durante intervalo do júri (Foto: Ana Beatriz Rodrigues)

Após pouco mais de 4h30, a primeira parte do júri popular da morte de Sophia de Jesus Ocampo, o juiz Aluízio Pereira dos Santos deu intervalo para o almoço e conversou com a imprensa. O magistrado afirmou que nesta quarta-feira (4) a sessão deve encerrar por volta das 20h com o interrogatório de Stephanie de Jesus Silva e Christian Campoçano Leitheim.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

O júri popular pelo assassinato de Sophia de Jesus Ocampo, ocorrido em janeiro de 2023, teve seu primeiro dia de julgamento com a oitiva de três testemunhas. O juiz Aluízio Pereira dos Santos concedeu um intervalo para o almoço e informou que a sessão deve se estender até as 20h, com o interrogatório dos réus, Stephanie e Christian, sendo os debates adiados para quinta-feira. A acusação aponta que Sophia foi espancada até a morte pelo padrasto, com indícios de violência sexual, enquanto a mãe é acusada de omissão. O padrasto responde por homicídio qualificado e estupro de vulnerável, e a mãe por homicídio doloso por omissão.

“Até agora ouvimos três testemunhas apenas. Temos ainda uma grande jornada na parte da tarde. Acredito que até umas 20 horas encerramos o dia de hoje com o depoimento dos réus. Então os debates devem ficar para a quinta-feira”, explicou o titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri.

Segundo ele, a pausa é necessária por conta do cansaço dos jurados, que passarão o dia todo escutando os diversos depoimentos e recebendo muitas informações sobre o caso. “Com o avançar da noite acaba ficando tudo muito difícil, tem que ficar para amanhã mesmo”, pontuou Aluízio.

Sobre as perguntas técnicas feitas pela defesa, o juiz afirmou que tudo o que é feito pelos advogados é baseado no direito de defender os réus, no entanto, ele precisa filtrar os questionamentos feitos para que o julgamento aconteça da melhor forma possível.

O magistrado ainda foi questionado sobre ser mais um júri de grande repercussão, que acontece em pouco tempo, e destacou que a Capital é uma cidade com quase um milhão de habitantes, então é natural que fatos assim aconteçam.

1ª parte – O julgamento começou pouco depois das 8h30 e o primeiro a ser ouvido foi Cybelle Amaral Pires, amiga de Stephanie. Na frente dos jurados, ela afirmou que a gravidez de Sophia foi planejada e que a ré ficou sem apoio após a separação.

Em seguida, o policial civil Babington Roberto Vieira da Costa relatou o cenário improvável diante da morte de uma criança de 2 anos. A mãe calma e o padrasto que até dormiu na viatura a caminho da delegacia.

O terceiro e último a ser ouvido nesta manhã foi o médico legista Fabrício Sampaio. O profissional afirmou não restar dúvidas que a menina chegou na unidade de saúde já morta e que ela foi estuprada pelo menos 21 dias antes do óbito, mas na ocasião do exame, a região íntima da criança estava inchada e avermelhada, sinal de “manipulação genital recente”.

Antes dos depoimentos serem iniciados, os advogados dos réus dispensaram seis mulheres como juradas, sendo três por parte da defesa de Stephanie e mais três pela de Christian. Um dos defensores da mãe da menina chegou a apontar nulidade por excesso de linguagem na sentença, mas o julgamento foi mantido.

Stephanie e Christian sentados no banco dos réus durante o julgamento (Foto: Henrique Kawaminami)
Stephanie e Christian sentados no banco dos réus durante o julgamento (Foto: Henrique Kawaminami)

A acusação – Na tarde do dia 26 de janeiro de 2023, a menina deu entrada na UPA do Bairro Coronel Antonino, no norte de Campo Grande, já sem vida. Inicialmente, a mãe, que foi até lá sozinha com a garota nos braços, sustentou versão de que ela havia passado mal, mas investigação médica encontrou lesões pelo corpo, além de constatar que a morte havia ocorrido cerca de quatro horas antes da chegada ao local.

O atestado de óbito apontou que a garotinha morreu por sofrer trauma raquimedular na coluna cervical (nuca) e hemotórax bilateral (hemorragia e acúmulo de sangue entre os pulmões e a parede torácica). Exame necroscópico também mostrou que a criança sofria agressões há algum tempo e tinha ruptura cicatrizada do hímen – sinal de que sofreu violência sexual.

Para a investigação policial e o MP, Sophia foi espancada até a morte pelo padrasto, depois de uma vida recebendo “castigos” físicos.

O padrasto será julgado por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e praticado contra menor de 14 anos, além de responder por estupro de vulnerável. Já a mãe será julgada por homicídio doloso por omissão.

Faixa sendo segurada na entrada no Fórum de Campo Grande onde júri acontece (Foto: Henrique Kawaminami)
Faixa sendo segurada na entrada no Fórum de Campo Grande onde júri acontece (Foto: Henrique Kawaminami)

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias

Veja Também