ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, QUINTA  14    CAMPO GRANDE 25º

Capital

Juiz dá nova chance para acusado de matar enteada “quebrar silêncio”

Interrogatório de Christian Campoçano, acusado de espancar Sophia até a morte, será no dia 5 de dezembro

Por Anahi Zurutuza | 16/11/2023 17:54
Christian Leitheim e Stephanie de Jesus, padrasto e mãe de Sophia, durante audiência em setembro (Foto: Juliano Almeida/Arquivo)
Christian Leitheim e Stephanie de Jesus, padrasto e mãe de Sophia, durante audiência em setembro (Foto: Juliano Almeida/Arquivo)

Após pedido de anulação do processo contra Christian Campoçano Leitheim, 26, acusado de espancar a enteada Sophia, de 2 anos e 7 meses, até a morte, o juiz Aluízio Pereira dos Santos decidiu dar nova chance ao réu. Ele poderá contar sua versão sobre o que aconteceu no dia 26 de janeiro de 2023 durante interrogatório em juízo. Stephanie de Jesus da Silva, 24, a mãe da menina, também terá oportunidade de falar.

Christian nunca falou sobre a relação com a enteada e nem sobre o que aconteceu antes de a criança ser levada morta pela mãe até uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Campo Grande. Na delegacia, exerceu o direito ao silêncio. Depois, no dia 28 de setembro, quando seriam interrogado em juízo, também recusou-se a responder perguntas por orientação da defesa.

Pereira dos Santos marcou a audiência para ouvir os réus para o dia 5 de dezembro, “considerando, finalmente, que aludido acusado disse nas alegações finais que, agora, pretende falar a este juiz sobre a acusação lhe endereçada porque está ciente de todas as provas contra si produzidas”. “Em sendo assim, decido em dar-lhe nova oportunidade de ser interrogado por Juiz, benefício que estendo também à coacusada pelo mesmo fundamento”, completa o magistrado em despacho.

A defesa de Christian queria a “nulidade absoluta” da ação penal que o cliente responde por homicídio qualificado e estupro de vulnerável. Nas alegações finais, os advogados Pablo Gusmão, Renato Franco, Willer Almeida e Arianne Siqueira argumentam que Polícia Civil e MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) não têm provas que o rapaz foi responsável pela morte da criança e elencam situações que ocorreram no transcorrer do processo que teriam violado os princípios do contraditório e ampla defesa. Um dos argumentos era que o réu havia sido “impedido” de exercer a autodefesa, falando em juízo.

A acusação – Na tarde do dia 26 de janeiro deste ano, a menina deu entrada na UPA do Bairro Coronel Antonino, no norte de Campo Grande, já sem vida. Inicialmente, a mãe, Stephanie, que foi até lá sozinha com a garota nos braços, sustentou versão de que ela havia passado mal, mas investigação médica encontrou lesões pelo corpo, além de constatar que a morte havia ocorrido cerca de quatro horas antes da chegada ao local.

O atestado de óbito apontou que a menininha morreu por sofrer trauma raquimedular na coluna cervical (nuca) e hemotórax bilateral (hemorragia e acúmulo de sangue entre os pulmões e a parede torácica). Exame necroscópico também mostrou que a criança sofria agressões há algum tempo e tinha ruptura cicatrizada do hímen – sinal de que sofreu violência sexual.

Para a investigação policial e o MP, a criança foi espancada até a morte pelo padrasto, depois de uma vida recebendo “castigos” físicos. Ele responde por homicídio e estupro. Já a mãe de Sophia, pelo assassinato, como o Christian, mesmo que não tenha agredido a filha, mas porque, no entendimento do MP, ela se omitiu do dever de cuidar. Ambos também foram denunciados pelo crime de tortura.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News.

Nos siga no Google Notícias