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Capital

Juiz repassa celular de réu por matar menina ao Gaeco e MP monta força-tarefa

Aparelho do padrasto de criança já passou por institutos de criminalísticas em MS e no Paraná

Aline dos Santos | 14/09/2023 08:28
Christian Campoçano Leitheim é suspeito de matar a enteada de 2 anos. (Foto: Reprodução)
Christian Campoçano Leitheim é suspeito de matar a enteada de 2 anos. (Foto: Reprodução)

Depois do insucesso das polícias científicas de Mato Grosso do Sul e do Paraná em extrair dados do celular de Christian Campoçano Leitheim, 26 anos, suspeito de matar a enteada de dois anos, a Justiça repassou a missão para o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Já o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) formou força-tarefa de promotores para atuar no caso, crime que provocou comoção e forte reação da sociedade.

O juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Aluízio Pereira dos Santos, ordenou que o aparelho celular seja enviado para o grupo, que é braço do Ministério Público e dotado de equipamentos de alta tecnologia.

Na última terça-feira (dia 12), o delegado Pablo Gabriel Farias da Silva, da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), informou ao magistrado que não foi possível realizar o desbloqueio da senha de acesso e a extração dos dados do celular do réu. As tentativas foram nos Institutos de Criminalísticas do Mato Grosso do Sul e do Paraná.

O Estado vizinho tem a versão premium de programa desenvolvido pela Cellebrite, empresa israelense que fabrica dispositivos de extração, transferência e análise de dados para telefones celulares e dispositivos móveis. A Polícia Civil encaminhou o relatório da análise do celular de Stephanie de Jesus da Silva, 24 anos, mãe da menina e que também responde pela morte da criança. O documento está em sigilo dentro do processo.

A próxima audiência segue marcada para o dia 28 e o magistrado destaca que o processo precisa “andar”.

“No mais, fica mantida a data da audiência agendada para o dia 28 de setembro do fluente mês e ano. Isto porque assegura-se o regular retorno do andamento do processo evitando-se, sobretudo, demora na conclusão da instrução criminal, lembrando as partes, principalmente à Assistente de Acusação que o excesso de prazo abre frestas ao ingresso de Habeas Corpus pela defesa nas instâncias superiores (...)para obterem a liberdade até porque os crimes ocorreram em janeiro do fluente ano, avançando, portanto, a passos largos para nove meses”, afirma o juiz.

Força-tarefa – Na quarta-feira (dia 13), o procurador-geral de Justiça, Alexandre Magno Benites de Lacerda, publicou portaria designando quatro promotores para atuarem no caso.

Além de Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, que já é titular da promotoria dos processos distribuídos à 2ª Vara do Tribunal do Júri, e Luciana do Amaral Rabelo (da mesma promotoria), foram designados os promotores José Arturo Iunes Bobadilla Garcia e Carla Guadanhim Bariani.

O crime – Na tarde do dia 26 de janeiro deste ano, a menina deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Coronel Antonino, em Campo Grande, já sem vida. Inicialmente, a mãe Stephanie de Jesus da Silva, que foi até lá sozinha com a garota nos braços, sustentou versão de que ela havia passado mal, mas investigação médica apontou lesões pelo corpo, além de constatar que a morte havia ocorrido cerca de quatro horas antes de chegar ao local.

O atestado de óbito apontou que a menininha morreu por sofrer trauma raquimedular na coluna cervical (nuca) e hemotórax bilateral (hemorragia e acúmulo de sangue entre os pulmões e a parede torácica). Exame necroscópico também mostrou que a criança sofria agressões há algum tempo e tinha ruptura cicatrizada do hímen – sinal de que sofreu violência sexual.

O padrasto responde pelo homicídio e pelo estupro. Já a mãe da menina, por assassinato.

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