ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, TERÇA  05    CAMPO GRANDE 29º

Capital

Pai fica pela 2ª vez cara a cara com réus por morte de filha e espera confissão

Nesta quinta, última testemunha, padrasto acusado de espancar enteada até a morte e mãe serão ouvidos em juízo

Por Anahi Zurutuza e Ana Beatriz Rodrigues | 28/09/2023 16:12
Christian Campoçano Leitheim, 26, e Stephanie de Jesus da Silva, 24, réus pela morte de criança de 2 anos durante audiência (Foto: Juliano Almeida)
Christian Campoçano Leitheim, 26, e Stephanie de Jesus da Silva, 24, réus pela morte de criança de 2 anos durante audiência (Foto: Juliano Almeida)

Cara a cara com os réus pela morte da filha de 2 anos, o técnico de enfermagem, Jean Carlos Ocampo, 28, espera confissão dos acusados de assassinato. A mãe da menina, Stephanie de Jesus da Silva, 24, chegou a dar versão para a polícia, negando ter testemunha a filha ser espancada. Quem está há 8 meses em silêncio é Christian Campoçano Leitheim, 26, padrasto da criança, acusado de praticar as agressões que levaram a garotinha à morte.

“Nós estamos vivemos de novo tudo o que aconteceu conosco no dia 26 de janeiro, a perda da minha filha, a falta dela. Mas, estamos aqui hoje representando ela. A única coisa que eu peço para Deus é a verdade. Que eles sejam homem e mulher de ter feito o que fizeram com a minha filha e assumam o que fizeram. Que tenham a responsabilidade de carregar a culpa de ter assassinado uma criança de 2 anos e 7 meses que não tinha como se defender”, afirmou ao chegar ao Fórum de Campo Grande, na tarde desta quinta-feira (28), para acompanhar a fase final das audiências, quando os réus serão interrogados.

De camiseta verde, o pai da garotinha, Jean Ocampo acompanha audiência ao lado do marido, Igor de Andrade (Foto: Juliano Almeida)
De camiseta verde, o pai da garotinha, Jean Ocampo acompanha audiência ao lado do marido, Igor de Andrade (Foto: Juliano Almeida)

Jean Ocampo participou da primeira audiência do caso, quando foram ouvidas testemunhas da acusação e ele prestou depoimento, em 17 de abril deste ano. Nas duas convocações seguintes para oitivas em juízo, preferiu não ficar no mesmo ambiente que Christian e Stephanie. O casal tem o direito de acompanhar todos os depoimentos.

De volta ao prédio da Justiça em Campo Grande, o pai da criança está acompanhado do marido, Igor de Andrade, e do psicólogo que tem dado suporte emocional a Jean depois que a filha morreu.

Na frente do juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, nesta tarde, o padrasto terá a chance de dar sua versão sobre o que aconteceu em janeiro deste ano, antes de a enteada ser levada morta até uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Campo Grande. Ele e a mãe da criança responderão perguntas de advogados, promotores e o magistrado. Devem ter de explicar não só o que aconteceu no 26º dia de 2023, mas responder a perguntas sobre a violência praticada em vida contra a criança.

Com pelúcia da fillha na mão, pai assiste da plateia movimentação no plenário (Foto: Juliano Almeida)
Com pelúcia da fillha na mão, pai assiste da plateia movimentação no plenário (Foto: Juliano Almeida)

As acusações – Na tarde do dia 26 de janeiro deste ano, a menina deu entrada na UPA do Bairro Coronel Antonino, no norte de Campo Grande, já sem vida. Inicialmente, a mãe, que foi até lá sozinha com a garota nos braços, sustentou versão de que ela havia passado mal, mas investigação médica encontrou lesões pelo corpo, além de constatar que a morte havia ocorrido cerca de quatro horas antes da chegada ao local.

O atestado de óbito apontou que a menininha morreu por sofrer trauma raquimedular na coluna cervical (nuca) e hemotórax bilateral (hemorragia e acúmulo de sangue entre os pulmões e a parede torácica). Exame necroscópico também mostrou que a criança sofria agressões há algum tempo e tinha ruptura cicatrizada do hímen – sinal de que sofreu violência sexual.

O padrasto responde pelo homicídio e pelo estupro. Já a mãe da menina, pelo assassinato, como o Christian, mesmo que não tenha agredido a filha, mas porque, no entendimento do Ministério Público, ela se omitiu do dever de cuidar. No início deste mês, ambos foram denunciados pelo crime de tortura.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News

Nos siga no Google Notícias