Mãe de Sophia culpa ex-marido, mas diz que ele tentou “ressuscitar” enteada
Stephanie se eximiu de qualquer culpa e atribuiu a morte da filha ao ex-companheiro, Christian Campoçano
Em audiência de depoimento dos acusados pela morte da menina Sophia, no final de janeiro deste ano em Campo Grande, a mãe da criança, Stephanie de Jesus da Silva, 24, falou pela primeira vez sobre o crime, se eximiu de qualquer agressão e atribuiu a morte da filha ao ex-companheiro, Christian Campoçano Leitheim, 26. Ela contou que o viu fazer massagem cardíaca e respiração boca a boca com a criança.
Quando eu saí, ele já estava com ela no colo, desacordada. Ele deitou ela no colchão e fez massagem cardíaca, respiração boca a boca nela. Mas eu estava tão desesperada que eu não sabia o que fazer, que eu não me toquei na hora o que estava acontecendo”, relatou em frente ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.
Stephanie contou sua versão do dia da morte: que por volta das 16h de 26 de janeiro deste ano – antes de a criança ser levada ao posto de saúde, já morta – ela iria levá-la à unidade de saúde porque a criança estava “mole” e fraca, sem conseguir firmar as pernas, mas negou que estivessem quebradas. Ela havia chegado em casa após o serviço e o então companheiro disse que a menina estava fraca porque tinha vomitado a tarde toda e não havia comido.
“Ela estava com as perninhas moles, mas eu não vi ele a agredindo. Ele pegou ela do meu colo e me mandou ir fazer leite pra ela e foi com ela pro banheiro. Eu fui pro quarto arrumar as coisas pra ir pro posto. Quando eu saí do quarto ele já estava com ela no colo, desacordada”, contou sobre os momentos que teriam antecedido a tentativa de ressuscitá-la.
Com todas as letras, a mãe de Sophia acusou o ex-marido pelo assassinato da criança. Ao ser questionada pela promotora de justiça do caso, Lívia Carla Guadanhim Bariani, a quem ela atribuía a morte, Stephanie disse: “A ele, o Christian!”. Relatou também que quando soube a causa da morte, “eu entrei em choque, e eu acho que isso aconteceu quando ele levou ela para o banheiro e saiu com ela mole”.
É a primeira vez que ela faz esse relato acusando o ex-companheiro, assim como os demais, já que até então, nem ela ou o ex-marido haviam falado oficialmente sobre o crime.
Agressões – A mãe ainda disse que jamais agrediria a filha e ao perguntarem a ela se participou das agressões que causaram a morte, afirmou que “eu não teria coragem de fazer isso com a minha filha”, justificando que a filha teria sido planejada junto com o pai da menina, Jean Ocampo, presente no plenário. “Ela era filha do homem que eu amava muito”, disse.
Entretanto, contou que presenciou agressões de Christian contra Sophia. “Ele dava murro, cintada. Eu já peguei ele enforcando o filho dele, mas a Sophia eu nunca vi ele fazendo isso de enforcar”. Afirmou também que o ex-marido era agressivo “com todo mundo”.
Ela se defendeu ao dizer que foi omissa por não o ter denunciado pelas agressões contra ela e contra as crianças antes e de não ter levado a criança ao médico antes. “Porque a senhora continuou com ele?”, perguntou o juiz Aluízio. “Porque ele me ameaçava, ele fazia pressão psicológica. E eu tinha medo de ser trocada de novo, como fui trocada no primeiro casamento”.
Stephanie relatou ainda que Chistian era viciado em cocaína, mas ela não. “Eu cheirei e fumei, mas não era vício. Até ficava triste depois”. Sobre a criança ter sido ou não estuprada, a mãe diz não saber, mas que não defende o ex-marido porque ele é quem dava banho na criança.
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