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Capital

Perita do “Caso Nardoni” diz que menina morta em MS era abusada fazia tempo

Profissional foi contratada pela advogada que atua para Jean Carlos Ocampos da Rosa, pai da criança

Viviane Oliveira | 23/06/2023 12:15
Peritos no local onde a criança foi morta em janeiro deste ano (Foto: arquivo / Henrique Kawaminami)
Peritos no local onde a criança foi morta em janeiro deste ano (Foto: arquivo / Henrique Kawaminami)

Em parecer técnico feito com base no laudo do IALF (Instituto de Análises Laboratoriais Forenses), a perita criminal, responsável pela coordenação dos exames realizados no caso Isabella Nardoni em 2008, Rosângela Monteiro, afirmou que a criança de 2 anos, assassinada pelo padrasto em janeiro deste ano em Campo Grande, sofria abusos havia muito tempo.

A profissional foi contratada pela advogada Janice Andrade, que atua para Jean Carlos Ocampos da Rosa, pai da criança, para analisar os laudos e fazer o parecer depois que a defesa de Christian Campoçano Leitheim, de 25 anos, acusado de estuprar e espancar a criança até a morte, afirmar que os laudos apontaram que o material genético encontrado no corpo não era compatível com o do cliente, informação que será usada para tentar derrubar a acusação de violência sexual.

Ainda de acordo com os advogados, os exames feitos no cadáver da menina não deixam claro que ela foi estuprada. Outra informação que a defesa do padrasto trouxe à tona, no segundo dia de audiência realizada no mês passado, é que DNA de outro homem estava em colcha encontrada na casa da família e periciada.

O parecer da perita que ainda que será anexado ao processo explicou que a ausência de esperma no corpo da vítima não significa que o acusado não tenha sido o autor: “Ele pode perfeitamente ter usado preservativo, pode ter sido utilizado qualquer outro objeto utilizado por ele, pela mãe e por outrem, já que o esperma de outro homem foi constatado em uma colcha encontrada no local”.

Conforme Janice Andrade, entrou em contato com a perita porque queria opinião técnica sobre alguns pontos do laudo: “Ela explicou que a ausência de DNA e esperma não significam que o agressor não seja o Cristian".

Caso - No dia 26 de janeiro deste ano, a menina de dois anos e sete meses deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antonino já sem vida. Inicialmente, a mãe da menina, Stephanie de Jesus da Silva, 24 anos, que foi até lá sozinha com a garota nos braços, sustentou versão de que ela havia passado mal, mas investigação médica apontou lesões pelo corpo, além de constatar que a morte havia ocorrido cerca de quatro horas antes de chegar ao local.

O atestado de óbito apontou que a menininha sofreu lesão na coluna cervical. Exame necroscópico também mostrou que a criança sofria agressões há algum tempo e tinha ruptura cicatrizada do hímen – sinal de que também sofria violência sexual. O padrasto responde pelo homicídio com as três qualificadoras e pelo estupro, já a mãe da menina, pelo homicídio, como Christian, mesmo que não tenha agredido a filha, mas porque, no entendimento do Ministério Público, ela se omitiu do dever de cuidar.

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