Justiça nega liberdade a padrasto réu por espancar menina de 2 anos até a morte
Christian Campoçano Leitheim, de 25 anos, acusado de estuprar e matar enteada, está preso desde 26 de janeiro
O juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, negou pedido da defesa para libertar Christian Campoçano Leitheim, de 25 anos, acusado de espancar a enteada de 2 anos até a morte. O magistrado decidiu manter o padrasto da vítima preso preventivamente (sem data para sair da cadeia) para garantir a “ordem pública”, já que o crime gerou enorme comoção, e a aplicação da lei penal.
O advogado de Christian, Renato Franco, havia feito o pedido durante as primeiras audiências do caso, no dia 17 de abril. Na ocasião, ele alegou que o cliente é réu primário, tem residência fixa e está colaborando com a investigação. Além disso, que Christian estava correndo risco em presídio.
Ao Campo Grande News, ele disse que vai analisar a decisão para decidir se entra com habeas corpus no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
O caso – No dia 26 de janeiro deste ano, a menina de 2 anos e 7 meses deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antonino, no norte de Campo Grande, já sem vida. Inicialmente, a mãe, Stephanie de Jesus da Silva, 24 anos, que foi até lá sozinha com a garota nos braços, sustentou versão de que ela havia passado mal, mas investigação médica apontou lesões pelo corpo, além de constatar que a morte havia ocorrido cerca de quatro horas antes de chegar ao local.
O atestado de óbito apontou que a menininha sofreu lesão na coluna cervical. Exame necroscópico também mostrou que a criança sofria agressões há algum tempo e tinha ruptura cicatrizada do hímen – sinal de que também já havia sofrido violência sexual.
O padrasto responde pelo homicídio com as três qualificadoras e ainda por estupro de vulnerável. Já a mãe da menina pelo homicídio, como o Christian, mesmo que não tenha agredido a filha, mas porque no entendimento do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), responsável pela acusação, ela se omitiu do dever de cuidar.
A morte jogou luz sob processo lento e longo que a menina protagonizou com idas frequentes à unidade de saúde – mais de 30 em 2 anos –, tentativa do pai em obter a guarda após suspeita de que a criança era vítima de agressão e provocou série de audiências públicas, protestos e mobilização para criação da Casa da Criança, bem como soluções ao falho sistema de proteção à criança e ao adolescente em todo o Brasil.