Sala especial da DEPCA começa a atender a partir de hoje em Campo Grande
Unidade especial para crianças e adolescentes, vítimas de violência, irá funcionar em regime de plantão
A sala especial de plantão da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente) começa a funcionar nesta quinta-feira, começando às 18h, nos finais de semana, dias de ponto facultativo e feriado. A unidade foi instalada dentro da Depac/Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) em atendimento às vítimas de violência sexual e maus tratos.
A instalação da unidade foi determinada depois da morte de menina de 2 anos, caso que causou comoção nacional. A mãe e o padrasto, Stephanie de Jesus da Silva, 24 anos, e Christian Campoçano Leitheim, 25, respectivamente, foram denunciados por homicídio qualificado e estupro de vulnerável.
De forma paliativa, esse plantão estava sendo realizado na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). De 3 de março até ontem, foram 152 ocorrências de violência contra crianças e adolescentes registradas no local.
Isolado - O “Plantão DEPCA”, na Depac/Cepol, irá funcionar a partir das 18h, depois que se encerrar o trabalho em horário regular da DEPCA, localizada na Rua 25 de Dezembro. A unidade especial estará em atividade, ainda, nos feriados, finais de semana e dias de ponto facultativo.
O espaço é isolado do atendimento geral da Depac/Cepol, segundo explicação do diretor-geral da Polícia Civil, Roberto Gurgel. As crianças e adolescentes, vítimas de violência, serão levadas a salas específicas, para registro da ocorrência, tomada de depoimento especial e exame de corpo de delito.
O delegado diz que, a partir da próxima semana, o efetivo da Depac/Cepol vai passar por capacitação específica. Durante os 10 dias que o treinamento durar, a equipe da DEPCA irá atuar em conjunto na unidade de plantão. Serão de 75 a 80 servidores e, posteriormente, mais 400 profissionais, em trabalho conjunto com o Poder Judiciário.
Neste treinamento, os policiais também vão receber capacitação para tomada de depoimento especial, momento delicado em que as declarações das vítimas, muitas vezes não verbalizadas, são gravadas pelos profissionais. “A lei não exige que sejam psicólogos nessa função, mas pessoas capacitadas”, enfatizou Gurgel.
No caso do exame de corpo de delito, médico legista será deslocado do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) quando necessário. O coordenador-geral de perícias, José de Anchieta Souza, disse que isso não irá interferir no plantão, já que sempre há mais profissionais no plantão.
A expectativa, de acordo com Gurgel, é que o atendimento da unidade especial da DEPCA na Depac/Cepol seja realizado até que se construa Centro Integrado de Atendimento à Criança e Adolescente, projeto que está sob análise no governo e ainda sem prazo para execução. Futuramente, o centro seria instalado próximo da Casa da Mulher Brasileira, justamente por conta dos casos de violência que atingem mulheres e filhos.
A Polícia Civil também lançou cartilha lúdica, com a raposinha Foxy, com orientações sobre quais são os tipos de violência contra crianças e adolescentes e como denunciar. O trabalho foi coordenado pelas psicólogas da Deam, Mônica Dias Kohatsu e Roziane Hernandes.
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