Em dia de audiência, defesa divulga falas de jovem acusada por morte da filha
Mãe da criança revela estar sendo ameaçada pelo companheiro, que também é réu pelo crime
Em uma estratégia de defesa, no dia da audiência de Stephanie de Jesus da Silva, 24 anos, presa pela morte da filha de 2 anos, advogados procuraram a imprensa para divulgar trechos de conversa durante o atendimento a ré. Nos áudios, a jovem chora e declara que está sendo ameaçada pelo companheiro Christian Campoçano Leitheim, de 25 anos, que também é réu pelo crime.
Em trechos de conversa com os advogados, encaminhados à reportagem, Stephanie revelou que Christian apanhou na cadeia e está sendo ameaçado. “Ele falou assim ‘estão me caçando, estão querendo minha cabeça lá na cadeia’".
A jovem revelou também que Christian estaria recebendo informações sobre ela dentro da cadeia, dando a entender que estaria sendo ameaçada pelo companheiro: “Eu me senti com medo, porque como que vai saber o que que to fazendo aqui dentro? É como se mesmo preso ele estivesse me cuidando”.
Durante a conversa, Stephanie disse à defesa que questionou o companheiro, sobre os motivos das agressões contra a enteada de 2 anos, e disse que Christian negou ter agredido a criança no dia da morte dela.
Ao questionar se o companheiro teria batido na vítima no dia anterior aos fatos, Stephanie revela que o homem ficou em silêncio. Em outro trecho da conversa, a ré declarou que “nunca ia ter coragem de fazer uma coisa dessas” com a filha.
Crime - No dia 26 de janeiro deste ano, a menina de 2 anos e 7 meses deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antonino, região norte de Campo Grande, já sem vida. Inicialmente, a mãe, Stephanie, que foi até lá sozinha com a criança nos braços, sustentou versão de que ela havia passado mal, mas investigação médica apontou lesões pelo corpo, além de constatar que a morte havia ocorrido cerca de quatro horas antes de chegar ao local.
O atestado de óbito apontou que a menininha sofreu lesão na coluna cervical. Exame necroscópico também mostrou que a criança sofria agressões há algum tempo e tinha ruptura cicatrizada do hímen – sinal de que também já havia sofrido violência sexual.
O padrasto responde pelo homicídio com as três qualificadoras e ainda por estupro de vulnerável. Já a mãe da menina pelo homicídio, como o Christian, mesmo que não tenha agredido a filha, mas porque no entendimento do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), responsável pela acusação, ela se omitiu do dever de cuidar.