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Capital

Pai de Sophia diz que réus não são únicos culpados pela morte da menina

Jean Ocampo diz que se tivessem prestado atenção no "grito de socorro", o desfecho seria outro

Por Silvia Frias e Bruna Marques | 04/12/2024 07:49
Jean Carlos Ocampo chega ao Fórum acompanhado do marido (Foto: Henrique Kawaminami)
Jean Carlos Ocampo chega ao Fórum acompanhado do marido (Foto: Henrique Kawaminami)

“Hoje é só o início da justiça pela Sophia”, disse Jean Carlos Ocampo, pai da menina morta aos 2 anos e 7 meses de idade, em Campo Grande. Ele chegou acompanhado do marido, Igor de Andrade, para acompanhar o primeiro dia de julgamento dos dois réus pela morte da garotinha, ocorrida no dia 26 de janeiro de 2023.

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O pai de Sophia, menina de 2 anos e 7 meses morta em Campo Grande, acompanha o primeiro dia do julgamento dos acusados de sua morte. Ele relata a luta anterior para denunciar os maus-tratos sofridos pela filha e expressa a expectativa por justiça, apesar da dor irreparável pela perda. A mãe é acusada de homicídio doloso por omissão e o padrasto por homicídio qualificado e estupro de vulnerável. O julgamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri conta com a presença de familiares e amigos da vítima.

“Naquele banco não são só os dois que tinham que estar sentados ali, é mais gente que tem que estar ali, porque eles não olharam para Sophia; se olhassem para ela, se pelo menos dessem importância pelo que nós estávamos falando, o grito de socorro que nós estávamos pedindo, o desfecho dela seria outro”, disse Jean, sem citação específica.

Em 2021, Jean Carlos chegou a denunciar a ex depois de ver hematomas pelo corpo da menina, e a mãe justificou os hematomas com queda no carrinho. Por sete vezes, a partir daquele ano, procurou órgãos de segurança e proteção à criança, mas o caso acabou não sendo levado adiante.

O pai da criança diz que não se sente preparado para ver e ouvir os depoimentos que vão descrever a vida e morte da menina. “Acho que nunca vou estar preparado, mas estou aqui por ela”, contou.

Tatuagem no braço de Jean, em homenagem à filha (Foto: Henrique Kawaminami)
Tatuagem no braço de Jean, em homenagem à filha (Foto: Henrique Kawaminami)

Ele diz esperar por justiça, com condenação dos réus. “Acho que vai ser alívio que vai dar no nosso coração, mas curar a dor nunca vai passar, porque a saudade dela é todos os dias, em todo momento”.

Jean Carlos relembrou a convivência com a filha, dizendo que sente falta da alegria. “Era uma coisa que contagiava a coisa, hoje em dia ficou cinza”.

Além do marido, ele está acompanhado dos cunhados e diz que outros amigos e familiares estarão no plenário da 2ª Vara do Tribunal do Juri para o julgamento.

A acusação – Na tarde do dia 26 de janeiro de 2023, Sophia deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antonino, no norte de Campo Grande, já sem vida. Inicialmente, a mãe, Stephanie, que foi até lá sozinha com a garota nos braços, sustentou versão de que ela havia passado mal, mas investigação médica encontrou lesões pelo corpo, além de constatar que a morte havia ocorrido cerca de quatro horas antes da chegada ao local.

O padrasto será julgado por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e praticado contra menor de 14 anos. Ainda responderá por estupro de vulnerável. Já a mãe será julgada por homicídio doloso por omissão.

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