Delegada diz que testemunhas comprovam que mãe deixava "Estrelinha" com irmãos
Mãe da menina de 11 anos também está sendo julgada hoje, juntamente com Maykon Araújo, réu por homicídio
A delegada Karen Viana Queiroz, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), disse que o abandono de incapaz de “Estrelinha” foi comprovado por meio das testemunhas e pelo próprio depoimento da mãe da menina, que confessou ter saído cedo para beber.
A mãe de “Estrelinha”, Inezita Ramos de Oliveira Araújo, está sendo julgada hoje, juntamente com Maykon Araújo Pereira, 32 anos. Ela, por abandono, ele, por homicídio qualificado e estupro.
O crime aconteceu na casa de Inezita, na noite do domingo de 11 de dezembro de 2022, no bairro Nossa Senhora das Graças. A mãe foi presa em flagrante por abandono de incapaz, por deixar a criança com os dois irmãos, de 3 anos e um bebê. O homem, acusado pelo crime, foi preso no dia seguinte.
A delegada foi a primeira testemunha ouvida pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, em Campo Grande.
Karen lembrou a chegada ao local do crime, na casa de “Estrelinha. “Quando chegamos, a porta da frente estava arrombada, muito lixo e a vítima no chão da cozinha, o lugar ensanguentado”, contou. “Era magrinha, não tinha seios, tinha aparência de menos de 10 anos até”.
“Estrelinha” estava cuidando dos dois irmãos quando foi morta. Na denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), consta que Maykon Araújo foi na casa para encontrar a mãe da criança, mas acabou agredindo e estuprando a menina. Os irmãos da vítima teriam ouvido tudo que aconteceu.
Testemunhas disseram que viram o homem saindo da casa, mas não tinham reconhecido quem era. No depoimento da mãe, consta que ela havia marcado com uma pessoa que havia encontrado no mercado, que ficou de ir na casa à noite.
Karen Viana diz que as testemunhas relataram que era costume de Inezita sair e deixá-la com os irmãos mais novos. Os vizinhos falavam que tinha movimentação frequente de vários homens na casa. A mulher confirmou ser prostituta, mas negou que fizesse programas na casa.
“A investigação foi bem delineada”, disse a delegada. “Acredito que mínimo que possa ser feito é a justiça com relação a essa vítima”, avaliou.
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