Denúncias sem resposta resultam em confusão entre pais e direção de creche
Insatisfeitos com a falta de explicações da diretoria sobre longa lista de denúncias de maus-tratos, pais de alunos do Ceinf (Centro de Educação Infantil) Santa Edwirges, no Aero Rancho, não esperavam que virassem também caso de polícia nesta quarta-feira (10).
"Cobrei explicações sobre os casos de abuso e estou procurando a diretora há três dias, mas dizem que ela não está e colocaram a coordenadora para falar comigo", conta Ana Marta Marcelino, 29 anos, mãe de uma aluna de cinco anos que está a quatro meses do fim de seu período na escolinha municipal.
Ana afirma que compareceu ontem ao Ceinf e conversou com uma coordenadora chamada Adriana, que chamou a polícia e acusou a mãe de desacato. Hoje, na hora da entrada, Ana novamente teria questionado, na presença de outros pais, a mesma coordenadora sobre o que estaria acontecendo na creche.
A resposta que recebeu foi novamente o chamado à polícia. "Todos os pais viram, ela me disse que as denúncias eram todas mentira e informou que a partir de amanhã haverá um guarda contratado para ficar na frente do Ceinf e proibir a entrada dos pais", relata a mulher.
A reportagem procurou a administração do Ceinf Santa Edwirges, mas foi informada de que a coordenadora Adriana não se encontrava no momento e de que a diretora, Rosa Helena, estava na delegacia.
O caso - Na semana passada, um grupo de pais e professoras se reuniu para apresentar um dossiê de denúncias sobre este Ceinf em particular. Entre eles, o de que uma criança havia sido obrigada a comer seu próprio vômito e de que um professor de educação infantil investigado por estupro de vulnerável continou lecionando no local.
O grupo, apoiado pelo Senalba (Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Estado de Mato Grosso do Sul), reuniu provas, protocolou a denúncia no Ministério Público Estadual e se diz insatisfeito com a omissão tanto da coordenação do Ceinf quanto da Prefeitura.
A Secretaria Municipal de Educação foi procurada diversas vezes para esclarecer o assunto, mas ainda não se posicionou.