Desencontro de informações levam dezenas em vão à Caravana da Saúde
Por conta do jogo do Brasil, atendimentos serão feitos a partir das 13h no Parque Ayrton Senna
Informações desencontradas e falta de atenção confundiram dezenas de pacientes, que amanheceram em vão nos portões da Caravana da Saúde nesta segunda-feira (2). Assim como em todos os jogos matutinos do Brasil na Copa, quando os servidores folgam em razão de ponto facultativo, o atendimento começa às 13h.
Algumas pessoas garantem que funcionários informaram ontem, no local, que haveria atendimento normalmente, enquanto outras tentaram a sorte em busca de um encaixe entre os agendamentos feitos pela Central de Regulação sem se atentar para a partida da seleção.
É o caso de Laura Pereira Castelo, 42 anos. Ela foi até o Parque Ayrton Senna no domingo para descobrir como funcionava os atendimentos e para quais especialidades haveria consulta. “Eles me disseram que eu poderia vir hoje a partir das 6h, que seria por ordem de chegada. Cheguei às 3h e já tinha um monte de gente aqui dormindo em colchonetes”, garante.
Elisângela Lay, 40 anos, disse que precisa fazer uma cirurgia urgente na tireoide, mas antes precisa ser atendida por um endocrinologista. Ela foi tentar conseguir o atendimento pela manhã, mas também encontrou os portões fechados.
“Como que eles deixam o pessoal vir em jejum se não haveria atendimento? Minha especialidade é um pouco difícil de encontrar pela rede pública e estou com medo de não conseguir ser atendida hoje”, afirma.
A estudante Anne Carolina Silva, 25 anos, foi até o local em busca de um ginecologista. Ela mora no Jardim Marajoara e vai ter que esperar até a abertura dos portões, às 13h.
“Vou ter que ficar aqui em pé. Não compensa ir embora e voltar. O que me preocupa é que para algumas especialidades pode não haver atendimento hoje e não tenho certeza de que serei consultada”, pontua.
O secretário estadual de saúde, Carlos Coimbra, afirma que não houve atendimento da Caravana em todos os jogos do Brasil. Hoje, em exceção, somente cultas de pós-operatório e cirurgias oftalmológicas que estavam agendadas estão sendo feitas.
Como o objetivo do programa é zerar as filas, a Central de Regulação está agendando a maior parte dos atendimentos. Coimbra acredita que as pessoas que foram até o local correspondam à demanda espontânea, que dependem de senha para serem encaixados.
“A caravana, ela se dispõe a fazer atendimento às pessoas reguladas, mas muitos procuram o atendimento e nós estamos atendendo. Ontem eu mesmo estava lá e várias pessoas sem agendamento foram atendidas. Provavelmente essas que procuraram hoje fazem parte dessa demanda espontânea”, completa.