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Capital

Difícil foi dormir à noite, por causa da fumaça e do medo, relatam moradores

A primeira coisa que alguns dos moradores fizeram nesta manhã foi ir até o mercado para ver o cenário de destruição

Anahi Zurutuza e Bruna Marques | 14/09/2020 08:30
Cleidemar Silvino Correia, 64 anos, moradora de rua lateral do mercado, relata terror durante a noite; nos fundos, ainda é possível ver a fumaça (Foto: Henrique Kawaminami)
Cleidemar Silvino Correia, 64 anos, moradora de rua lateral do mercado, relata terror durante a noite; nos fundos, ainda é possível ver a fumaça (Foto: Henrique Kawaminami)

Respirar foi difícil durante a noite, seja por causa da fumaça que invadiu as casas no entorno do Atacadão da Avenida Duque de Caxias ou pela ansiedade, medo do pior. A primeira coisa que alguns dos moradores do Jardim Imá e Santo Antônio fizeram nesta manhã foi ir até o mercado para ver com os próprios olhos o cenário de destruição.

“Era um fogo mais alto que as casas. Era um cenário de guerra, só pensei nas pessoas que estavam lá dentro. O povo gritava, desliga a luz que vai explodir. O barulho das coisas estourando era desesperador e não poder fazer nada para ajudar naquela situação foi muito triste”, conta a aposentada, Cleidemar Silvino Correia, 64 anos, moradora da Rua Promissão, no Bairro Santo Antônio, há 31 anos.

O serralheiro Aloisio da Silva Lopes, 42 anos, mora no Jardim Imá há 20 anos, lamenta o prejuízo material e para os empregados. “A gente fica triste com essa perda. Foi feio, essa noite quase ninguém dormiu, o cheiro de fumaça era muito forte. Mas, temos de pensar nas pessoas que trabalham aí”.

Estrutura cedeu na parte dos fundos do atacadista.
Estrutura cedeu na parte dos fundos do atacadista.

Darci de Freitas Nascimento, de 48 anos, também mora no Jardim Imá e conta que a fumaça tomou conta de todos os cômodos da casa. “Deve ter prejudicado a saúde de muita gente. Mas, lamentamos o que aconteceu. Espero que se recuperem logo”.

A costureira Clarisse Ramai, de 69 anos, foi quem relatou mais problemas por causa da fumaça. “Foi desesperador, porque a gente não espera que uma coisa dessas aconteça perto da gente. A fumaça atrapalhou bastante, tive dificuldade para respirar, me senti mais pesada. Hoje, de manhã saiu até sangue no nariz e estou com coriza que não estava antes”.

No local, funcionários conversam com bombeiros sobre prejuízos na frente da montanha de material destruído (Foto: Henrique Kawaminami)
No local, funcionários conversam com bombeiros sobre prejuízos na frente da montanha de material destruído (Foto: Henrique Kawaminami)

O incêndio - O combate ao incêndio já dura mais de 12 horas. As chamas começaram pouco antes das 17h de ontem e até às 5h30, 360 mil litros de água havia sido usados para apagar o fogo. No pátio, montanhas de material destruído pelo fogo. Bombeiros ainda trabalham no rescaldo, porque  focos pequenos dentro da unidade ainda não foram extintos.

O prejuízo é de milhões. Alguns funcionários uniformizados estão no local, mas dizem que não estão autorizados a dar entrevista.

Na Duque de Caxias, pessoas olham estrago feito pelo fogo no Atacadão.
Na Duque de Caxias, pessoas olham estrago feito pelo fogo no Atacadão.


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