Difícil foi dormir à noite, por causa da fumaça e do medo, relatam moradores
A primeira coisa que alguns dos moradores fizeram nesta manhã foi ir até o mercado para ver o cenário de destruição
Respirar foi difícil durante a noite, seja por causa da fumaça que invadiu as casas no entorno do Atacadão da Avenida Duque de Caxias ou pela ansiedade, medo do pior. A primeira coisa que alguns dos moradores do Jardim Imá e Santo Antônio fizeram nesta manhã foi ir até o mercado para ver com os próprios olhos o cenário de destruição.
“Era um fogo mais alto que as casas. Era um cenário de guerra, só pensei nas pessoas que estavam lá dentro. O povo gritava, desliga a luz que vai explodir. O barulho das coisas estourando era desesperador e não poder fazer nada para ajudar naquela situação foi muito triste”, conta a aposentada, Cleidemar Silvino Correia, 64 anos, moradora da Rua Promissão, no Bairro Santo Antônio, há 31 anos.
O serralheiro Aloisio da Silva Lopes, 42 anos, mora no Jardim Imá há 20 anos, lamenta o prejuízo material e para os empregados. “A gente fica triste com essa perda. Foi feio, essa noite quase ninguém dormiu, o cheiro de fumaça era muito forte. Mas, temos de pensar nas pessoas que trabalham aí”.
Darci de Freitas Nascimento, de 48 anos, também mora no Jardim Imá e conta que a fumaça tomou conta de todos os cômodos da casa. “Deve ter prejudicado a saúde de muita gente. Mas, lamentamos o que aconteceu. Espero que se recuperem logo”.
A costureira Clarisse Ramai, de 69 anos, foi quem relatou mais problemas por causa da fumaça. “Foi desesperador, porque a gente não espera que uma coisa dessas aconteça perto da gente. A fumaça atrapalhou bastante, tive dificuldade para respirar, me senti mais pesada. Hoje, de manhã saiu até sangue no nariz e estou com coriza que não estava antes”.
O incêndio - O combate ao incêndio já dura mais de 12 horas. As chamas começaram pouco antes das 17h de ontem e até às 5h30, 360 mil litros de água havia sido usados para apagar o fogo. No pátio, montanhas de material destruído pelo fogo. Bombeiros ainda trabalham no rescaldo, porque focos pequenos dentro da unidade ainda não foram extintos.
O prejuízo é de milhões. Alguns funcionários uniformizados estão no local, mas dizem que não estão autorizados a dar entrevista.