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Capital

Duas casas do PCC ficavam dentro do maior condomínio de Campo Grande

Trio foi visto fazendo as malas logo após batida de agentes da PF e do Depen na operação que investiga 'casas de apoio' a facções

Ronie Cruz | 26/06/2019 13:37
Outras duas casas visitadas por agentes ficam a 200 metros uma da outra em residencial no Parati (Foto: Ronie Cruz)
Outras duas casas visitadas por agentes ficam a 200 metros uma da outra em residencial no Parati (Foto: Ronie Cruz)

Duas residências alvo da Polícia Federal na manhã de hoje ficam dentro de um mesmo condomínio, o Village Parati, na região sul de Campo Grande. As casas, cerca de 200 metros uma da outra também, eram ponto de parada dos parentes de membros do PCC, segundo as investigações. Ninguém foi visto depois da batida dos agentes. Segundo vizinhos, policiais a paisana estiveram rondando as casas dez dias antes dentro do residencial.

Em outro bairro próximo, 3 mulheres com aproximadamente 30 anos foram vistas fazendo as malas no fim da manhã desta quarta-feira (26) em uma das seis casas que tiveram batida da PF e do Depen (Departamento Penitenciário Federal) na Operação KRIMOJ (tradução de crime em Esperanto). Os imóveis em Campo Grande eram utilizados como casas de apoio para pessoas ligadas a três facções criminosas do país, segundo investigadores.

A casa comprida na rua Marques de Recife, no Jardim Tijuca, mais se parece com uma república por causa de um 'puxadinho no fundo'. As três mulheres com sotaque do norte do país faziam as malas quando a reportagem do Campo Grande News chegou. Do lado de fora dava para ouvir em volume alto o noticiário na TV sobre a operação deflagrada mais cedo. As mulheres se assustaram ao perceber a presença da imprensa se recusaram a falar com a reportagem. "Ninguém foi pego com erva aqui não. Não tem erva aqui não", disse uma delas antes de bater a porta, provavelmente falando sobre maconha.

Casa comprida no Jardim Tijuca onde mulheres se negaram a falar enquanto faziam as malas (Foto: Ronie Cruz)
Casa comprida no Jardim Tijuca onde mulheres se negaram a falar enquanto faziam as malas (Foto: Ronie Cruz)
Portão tem sinal de arrombamento em casa vazia alvo de operação no Jardim Leblon (Foto: Ronie Cruz)
Portão tem sinal de arrombamento em casa vazia alvo de operação no Jardim Leblon (Foto: Ronie Cruz)
Cerca elétrica em casa no Leblon onde agentes cumpriram mandados (Foto: Ronie Cruz)
Cerca elétrica em casa no Leblon onde agentes cumpriram mandados (Foto: Ronie Cruz)

A três quilômetros, em outro endereço no Jardim Leblon, funcionava outra 'casa de apoio', segundo a PF. O portão aberto na casa de muros altos e com cerca elétrica dava a impressão de que alguém saira às pressas. Janelas e portas fechadas também indicavam que os moradores já não estavam mais por lá. Sinais de arrombamento foi o que restou da movimentação de policiais que quebrou a rotina da vizinhança nesta quarta-feira.

Um vizinho que prefere não ser identificado diz que duas mulheres moram na casa. "Só ouviam música de vez em quando. Mas nunca incomodaram ninguém. Eram mais reservadas que o normal. Nosso unico contato era de bom dia e boa tarde", contou.

Nos quatro endereços envolvidos na rede de 'casas de apoio', a movimentação de pessoas nunca levantou suspeitas por parte de vizinhos.

Quinto endereço - Vizinhos do casarão na Vila Bandeirantes, bairro da região central de Campo Grande, onde a PF (Polícia Federal) cumpriu mandado de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (26) ficaram surpresos com a operação. Na quadra onde está a casa, os imóveis são quase todos comerciais. Mesmo assim, vizinhos nunca suspeitaram de alguma atividade criminosa no local.

Operação KRIMOJ- A Operação KRIMOJ (tradução de crime em Esperanto), deflagrada nesta manhã, tem como alvo uma rede de casas de apoio à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Segundo a investigação, o serviço em favor do crime também assiste a outras facções: CV (Comando Vermelho) e FDN (Família do Norte).

A ação cumpriu seis mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande. As investigações começaram em fevereiro de 2019, quando bilhetes com ameaças de morte a servidores públicos federais, por parte de membros do PCC, foram interceptados na Penitenciária Federal de Campo Grande.

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