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Capital

“É uma luta diária”, diz motorista que levou choque de passageiro

Mulher conta que já sofreu desde assédio até furto antes de levar choque de passageiro

Aletheya Alves | 17/05/2021 17:23
Motorista de aplicativo, de 27 anos, aponta o local em que passageira deu choques. (Foto: Henrique Kawaminami)
Motorista de aplicativo, de 27 anos, aponta o local em que passageira deu choques. (Foto: Henrique Kawaminami)

Ainda assimilando a última agressão, motorista de aplicativo, de 27 anos, que levou choque de passageira conta que só não desistiu da profissão por necessidade. De acordo com a mulher, os episódios sofridos antes da última agressão vão desde assédio até furto.

Durante a noite deste domingo (16), a motorista levou dois choques de taser após pedir para que uma passageira colocasse máscara. Sem ter sido a primeira agressão sofrida, ela explica que essa foi mais uma ocorrência registrada dentro de dois anos, “é difícil porque são dois anos de aplicativo e algumas situações. Pela minha família eu não estaria mais trabalhando com isso”, diz.

Conforme relatado pela motorista, a primeira situação ocorreu em 2019 quando foi assediada. “Em dezembro de 2019, um homem me beijou no fim da viagem e saiu do carro. Acionei colegas de trabalho e chamamos a polícia, o processo está correndo”, ela explica.

Já durante os últimos meses, outras ocorrências antecederam o choque deste domingo. “Há um mês e meio, um passageiro me mostrou uma arma. Disse que andava com ela e me mostrou, pagou e foi embora. Há duas semanas, uma outra passageira furtou minha bolsa e R$ 180”. De acordo com a motorista, ela segue se recuperando dos casos acumulados.

Sobre como tem lidado com o histórico, ela diz que só continua trabalhando como motorista por necessidade.

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 É uma luta diária, não sei o que é pior. Talvez essa última tenha sido porque teve a agressão. Na hora eu demorei para voltar, eles poderiam ter feito tanta coisa nesse tempo depois do choque”, ela explica.

Após registrar o boletim de ocorrência no domingo, ela retornou às lembranças para realizar exame de corpo de delito hoje. “A ficha vai caindo, fiquei mal e cheguei aqui chorando. Vim porque eles tem que pagar, tenho muito medo de não dar em nada. Muitas pessoas me dizem que desistiram da profissão por isso, pela falta de segurança”, completa.

Última ocorrência - A princípio, a motorista relata que viu a possibilidade da última viagem realizada como tranquila, já que seria dentro do próprio Jardim Noroeste. De acordo com a vítima, um trio, composto por duas mulheres e um homem, entrou no veículo por volta das 19h deste domingo e, devido à escuridão, ela não percebeu que o grupo estava sem máscara.

Ela conta que no meio do trajeto ouviu uma das mulheres tossindo e, ao notar a falta da máscara, solicitou que fosse utilizada. A partir daí começou uma discussão, até que o homem disse que iriam descer e após mais brigas, a motorista parou o carro.

A partir desse momento, o homem e uma mulher desceram do veículo, enquanto a outra permaneceu no carro e deu os choques na motorista. Todos os envolvidos fugiram, já a vítima foi para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol.

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