“Ela encurralou meu filho”, diz mãe de adolescente morto pela vizinha
Crime foi registrado como homicídio culposo, porque para a polícia a mulher não teve intenção de matar
Durante o velório do adolescente de 17 anos, morto após ser atingido por um tiro no olho na madrugada de sábado (2), a mãe da vítima afirmou acreditar que o crime tenha sido planejado pela vizinha, mulher de 44 anos. O caso aconteceu em um condomínio na Rua Betoia, Jardim Canguru, em Campo Grande.
Ao Campo Grande News, a mulher contou que antes do crime estava com a família na casa da vizinha, que mora no andar de baixo, ingerindo bebidas alcoólicas. No entanto, por volta das 22h30, foi embora junto com o adolescente e os outros filhos. Chegando em casa, ela foi tomar banho e o menino colocou o colchão na sala para dormir.
Ela então afirmar que saiu do banheiro e foi deitar. Por volta da 2h40 do sábado, foi acordada pela filha da vizinha dizendo “tia, não fica brava com minha mãe, ela atirou no seu filho”. A mulher então foi até o local e encontrou o adolescente caído com o ferimento no olho ao lado da cama da suspeita.
“Eu não sei porque ela atirou, mas acredito que ela tenha planejado sim. Ele estava do lado da janela, do outro lado do quarto. Qualquer pessoa que fosse lá ia ver que não foi acidental. Ela fez o meu filho entrar e atirou nele. Ela o encurralou, tenho certeza. Ele estava feliz que ia começar a trabalhar e ia ganhar uma moto porque ia fazer 18 anos agora em novembro”, declarou a mulher.
Segundo ela, a vizinha teria mudado a versão do crime três vezes e durante o dia chegou a fazer gestos de ameaçada para o filho, por isso tem certeza que ela queria matá-lo e vai buscar justiça para isso.
“Ela deu várias versões sobre a morte, primeiro que o tiro foi acidental, depois que a filha dela tinha sido abusada e falaram pra ele que o abusador estava lá, por isso ele foi pedir a arma emprestada e depois que ele tentou atacá-la e bateu no filho dela. Eles eram amigos, ele era prestativo. Todo mundo gostava dele. Ela tinha intenção de matar ele”, disse a mulher.
Chorando, a mãe do adolescente ainda alegou que a vizinha teria gritado para que ninguém acionasse o socorro para ajudar o menino e que ela agiu de forma fria. “Ela pode ser solta em audiência de custódia. Tem testemunha de que ela gritou para não pedissem socorro. Ela estourou a cabeça do meu filho, ela não esboçou reação nenhuma quando entrei no quarto e vi ele morto. Ela é fria e ardilosa. Eu queria saber o porquê ela fez isso”, declarou à reportagem.
O dinheiro para o velório do adolescente foi arrecadado em uma hora de vaquinha e no local várias pessoas passaram para prestar suas homenagens ao garoto que era diagnosticado com a doença de legg-calvé-perthes, enfermidade que interfere na placa de crescimento dos ossos, causando dores no quadril e dificuldade para andar.
No auto de prisão em flagrante, a única versão do depoimento da acusada relatada pela polícia é de tiro acidental. A comerciante permaneceu no local do crime e ainda entregou a arma, um revólver calibre 38 que estava em uma caixa embaixo da cama. Ela foi presa em flagrante por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Ela também vai responder por posse irregular de arma de fogo.
Em 2015, a mulher foi presa por suspeita de integrar quadrilha responsável por abastecer bocas de fumo na região do Bairro Dom Antônio. Na ocasião, os integrantes do grupo foram encontrados na casa da suspeita, onde foram apreendidos 370 quilos de maconha, além de pequenas porções de cocaína.
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