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Capital

"Ele é muito explosivo", diz denúncia contra diretor de escola cívico-militar

Ex-aluna diz ter testemunhado situações que impactaram a saúde física e emocional dos estudantes

Cassia Modena | 14/06/2023 12:38
Escola onde casos teriam ocorrido fica no Bairro Jardim Anache, na Capital (Foto: Arquivo)
Escola onde casos teriam ocorrido fica no Bairro Jardim Anache, na Capital (Foto: Arquivo)

Novas denúncias contra Francisco Carlos da Silva Rojas, o diretor da Escola Estadual Cívico-militar Professor Alberto Elpídio Ferreira Dias, de Campo Grande, levam à suspeita de comportamento inadequado também quanto às crianças e adolescentes na instituição de ensino. Inicialmente, os relatos envolviam apenas funcionários.

Uma ex-aluna, que prefere não se identificar por medo de retaliações, procurou a reportagem dizendo ter testemunhado situações que impactaram a saúde física e emocional dos estudantes.

Ela conta que uma menina quebrou o nariz após passar mal durante uma das formações em fila exigidas na escola pela manhã e na hora do almoço, antes de as aulas começarem. Fazia muito calor no dia.

"Os alunos devem ficar em pé por 20 minutos sem se moverem, em uma quadra com telhado de zinco. Quantos e quantos alunos já passaram mal durante esses eventos! Fora o dia que tínhamos que ir de farda e éramos obrigados a ficar com o casaco, independentemente do clima", narra a ex-aluna.

Segundo a denunciante, os estudantes que não se sentiam em condições de participar da formação ficavam sentados na arquibancada, mas tinham seus nomes anotados por mau comportamento. "Tudo isso acontece porque o diretor Rojas quer, os funcionários são contra", diz.

A participação dos alunos em desfiles de rua como o de 7 de setembro era compulsória em sua época de estudante, aponta, e poderia gerar penalizações aos que se negarem. "Ele [o diretor] obrigava os alunos a participarem de qualquer atividade. Os que não queriam desfilar nos ensaios ficavam em formação no campo, expostos ao sol", lembra.

 A ex-aluna se recorda também dos gritos intimidadores de Rojas e de seu temperamento. "Já ouvi gritar e apontar o dedo no rosto de uma aluna. Os alunos podiam ouvir os gritos dele a qualquer momento do outro lado da escola. Ele é muito explosivo e, na minha opinião, não tem condições de lidar com crianças e adolescentes", diz.

Ela destaca serem os professores responsáveis pelo ótimo ensino que a escola oferece, excluída a conduta de Rojas.

Ex-funcionárias - Duas mulheres comentaram em publicação nas redes sociais sobre as denúncias feitas contra o diretor e também se referem ao tratamento com os alunos. Aqui, elas tiveram os nomes e fotos de perfil ocultados.

"[...] ele maltrata funcionários e alunos, e eu tenho prova", escreveu uma delas:

Comentários de ex-funcionárias em rede social (Foto: Reprodução/Instagram)
Comentários de ex-funcionárias em rede social (Foto: Reprodução/Instagram)

Outra comenta que os pais não sabem o que acontece dentro da escola. "Os alunos (seus filhos, não sabe o que acontece lá dentro) eles ficam sabendo do famoso 'buxixo' que muitas das vezes são as mentiras que eles contam para esconder a verdade [...]", diz em um trecho.

Outro comentário (Foto: Reprodução/Instagram)
Outro comentário (Foto: Reprodução/Instagram)

Investigado - Francisco Carlos da Silva Rojas é investigado em procedimento administrativo aberto pela SED (Secretaria Estadual de Educação). Nesta manhã (14), ele afirmou ao Campo Grande News que não pode comentar as denúncias enquanto as apurações iniciais não forem concluídas.

Também nesta manhã, funcionários, pais e mães de alunos se manifestaram em defesa do diretor e seu adjunto, que são acusados de assédio moral por ex-funcionários. Cerca de 30 pessoas participaram do ato.



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