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Capital

Grupo sai em defesa de diretores de escola suspeitos de assédio moral

Mães, pais e funcionários afirmam receber tratamento respeitoso e acolhedor por parte dos denunciados

Cassia Modena e Mariely Barros | 14/06/2023 08:57
Motivado por repercussão de denúncia contra diretor na imprensa, grupo se manifesta (Foto: Henrique Kawaminami)
Motivado por repercussão de denúncia contra diretor na imprensa, grupo se manifesta (Foto: Henrique Kawaminami)

Mães e pais de alunos, além de funcionários da Escola Estadual Cívico-Militar Professor Alberto Elpídio Ferreira Dias, de Campo Grande, enfrentaram frio e chuva, nesta manhã de quarta-feira (14), para se manifestarem a favor do diretor Francisco Carlos da Silva Rojas e de seu adjunto Carlos Leonardo Xavier, acusados de praticar assédio moral dentro da instituição de ensino.

As denúncias contra os dois são investigadas em procedimento administrativo aberto pela SED (Secretaria Estadual de Educação) e chegaram ao Campo Grande News na semana passada. Os relatos partem de mais de uma pessoa e citam xingamentos, humilhações e ameaças descritos nesta matéria.

O grupo que se manifestou era formado por aproximadamente 30 pessoas. Alguns ficaram pouco tempo, pois tinham que ir trabalhar. Outros permaneceram com capas de chuva e guarda-chuvas, segurando cartazes com bordões do próprio diretor escritos, como "Rojas ao Extremo".

Rojas e o adjunto não foram encontrados na escola nas primeiras horas da manhã. Em contato telefônico com a reportagem, o diretor explicou que não pode se manifestar formalmente enquanto as denúncias estiverem em investigação.

A dupla dirige a instituição desde outubro de 2022, mas faz parte do quadro de funcionários desde que a escola foi inaugurada e começou a funcionar, em agosto de 2021.

Proposta da escola - A representante comercial e mãe de uma estudante de 14 anos, Roberta Moreira, 41, chegou cedo ao local. Ela defendeu a boa conduta do diretor e o adjunto diante dos alunos e seus responsáveis, afirmando que o primeiro "deixa até de almoçar" para dar aula de redação para os alunos – já que, além de militar da reserva e diretor, Rojas é formado em Letras e tem experiência em sala de aula.

Mãe de aluna, Roberta diz que diretor e adjunto tratam bem os pais e estudantes (Foto: Henrique Kawaminami)
Mãe de aluna, Roberta diz que diretor e adjunto tratam bem os pais e estudantes (Foto: Henrique Kawaminami)

A mãe também mostrou que aprova a proposta cívico-militar da escola. "Aqui, estamos em região de baixa renda. Se essa escola voltar a ser uma 'escola normal', vai virar uma bagunça igual a outra escola da região. Minha filha estudava em bairro longe de casa e eu trouxe ela para estudar quando inaugurou. Foi uma das melhores coisas que podia acontecer", afirma. A escola fica no Bairro Jardim Anache, localizado na saída para Cuiabá.

Mato Grosso do Sul tem quatro escolas cívico-militares na Rede Estadual de Ensino, sendo duas na Capital. A proposta se diferencia da tradicional pelo "conceito de gestão nas áreas educacional, didático-pedagógica e administrativa com a participação do corpo docente da escola e apoio dos militares", de acordo com descrição em portal especial do MEC (Ministério da Educação).

O modelo, descontinuado pelo Governo Federal, tinha o objetivo de melhorar o processo de ensino-aprendizagem nas escolas públicas e se baseava no de colégios militares do Exército, das Polícias e dos Corpos de Bombeiros Militares. Por serem integradas à rede estadual, as quatro unidades de Mato Grosso do Sul permanecem ativas, no entanto.

Ex-funcionários - Roberta e outra mãe, Kelly Cristina de Oliveira, 40, acreditam que as denúncias foram feitas por ex-funcionários que saíram da escola a contragosto. A segunda manifestante trabalha na escola como bibliotecária, inclusive.

A funcionária diz ter se surpreendido com o teor das denúncias. "Foi uma surpresa para a gente, que estava em casa no feriado e, do nada, essa 'bomba'. Ficamos estarrecidos e assustados vendo vários ex-funcionários escrevendo coisas infundadas e sem provas nas redes sociais, inclusive de ex-funcionários que chegavam bêbados para trabalhar e faltavam", falou Kelly.

Subordinada ao diretor, ela reforça a defesa. "O Rojas é um militar da reserva que vai contra tudo aquilo que falam de um militar. Não é um cara machista ou opressor. Quando comecei a trabalhar aqui, minha bebê tinha 10 meses. Ele foi muito compreensivo, me acolheu", relata.

A autônoma Rose Camargo, 53, tem três filhos matriculados na escola e também estava na manifestação. Ela acredita que as denúncias são boatos, já que "a escola é maravilhosa".

Rose segura o cartaz e Kelly fala com a reportagem (Foto: Henrique Kawaminami)
Rose segura o cartaz e Kelly fala com a reportagem (Foto: Henrique Kawaminami)

Resultados - Por meio de nota, a APM (Associação de Pais e Mestres) da escola repudiou as denúncias sobre assédio moral e ressaltou os bons resultados no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e Olimpíadas Escolares.

"A gestão da escola é pautada na excelência, no diálogo e no respeito. Pessoas mal-intencionadas querem destruir a imagem da escola que foi eleita duas vezes como a melhor Escola Cívico-Militar do Brasil, destaque no Ideb de Mato Grosso do Sul, destaque nas premiações da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, destaque em concursos de redação, protagonista no combate à dengue, na luta pela segurança nas escolas, na preservação ao meio ambiente, vencedora na arrecadação da campanha do agasalho, entre outras tantas conquistas, divulgadas pela própria imprensa", ressalta em um trecho.


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