Em desespero, concurseiro foi motivado a seguir em frente após carro pegar fogo
De Rio Brilhante, psicólogo seguia para concurso, quando veículo parou e pegou fogo no meio da rua
Concurseiro, Washington Mariano, de 30 anos, teve o carro destruído pelo fogo na manhã de ontem (22), quando seguia para mais uma prova. O psicólogo contou que recebeu ajuda e motivação para em meio ao desespero, conseguir fazer a prova, a metros de distância de onde o veículo foi incendiado.
O veículo, um Ford Ka comprado em 2019, havia passado por revisão no sábado (21) justamente para a viagem até Campo Grande. Washington mora em Rio Brilhante. Ele saiu de casa com o filho na sexta-feira, seguiu para Nova Alvorada do Sul e depois, para a Capital.
"Fiz a revisão no sábado antes de ir e estava tudo ok. Não apareceu nada indicando temperatura no painel. Ele afogou e eu tentei dar partida pelo menos umas três vezes. Depois, fez um estalo e começou a pegar fogo. Puxei o freio de mão, peguei minha bolsa e tentei apagar com extintor", detalhou, explicando ainda que outras pessoas chegaram a parar e ajudar com extintor e areia para jogar no fogo.
O incêndio aconteceu no cruzamento da Avenida Joaquim Murtinho com a Rua Nova Era, no Jardim Bela Vista. Quando os bombeiros chegaram, o veículo já estava praticamente destruído. "Foi cerca de 10 minutos pra queimar tudo. Foi muito rápido", disse.
Aos prantos, o psicólogo foi conversar com uma militar dos bombeiros e foi motivado a seguir para a prova.
Ela me perguntou para onde eu estava indo. Disse que era para o concurso, então, ela falou: 'O que tinha para queimar aqui já queimou, vai atrás do seu futuro'. Aquilo me motivou, daí apareceu um rapaz que disse que me levava pro concurso", contou.
Durante a prova, vários flashes do que havia acontecido ainda apareciam na cabeça do concurseiro. Segundo ele, apesar de ficar traumatizado, tentava se acalmar para conseguir reler e fazer a prova. Após o concurso, a família voltou para casa de ônibus.
"Nunca passei por isso, graças a Deus, minha mãe e meu filho não estavam no carro. O carro era quitado, mas a gente fica triste, né. É muito trabalho e suor para comprar. Agora, estou me readaptando a conviver sem carro. Hoje, levei meu filho a pé para escola e saí mais cedo pra chegar no serviço", afirmou.
Washington relembrou que se formou em Psicologia no ano passado, mas que antes mesmo de se formar, já estudava e se candidatava a concursos. "Estava correndo atrás. Estudei tanto. Coloquei como meta passar em concurso e, então, venho fazendo várias provas", disse.
Ainda segundo ele, ficou emocionado após sentir a solidariedade e sensibilidade das pessoas. "O vídeo repercutiu bastante. Muita gente entrou em contato até de Portugal querendo ajudar. É muito emocionante", concluiu.