Em júri, serial killer diz que quebra do seu sigilo telefônico vai inocentá-lo
Luiz Alves Martins Filho, o Nando, está passando pelo oitavo julgamento nesta sexta-feira; penas já ultrapassam 87 anos de prisão
Em júri, Luiz Alves Martins Filho, o Nando, que está passando nesta sexta-feira (17) pelo oitavo julgamento de uma série de assassinatos, pediu à Justiça a quebra do próprio sigilo telefônico. A intenção do serial killer é ser absolvido dos crimes que já foi condenado. As penas já ultrapassam 87 anos de prisão.
Nesta sexta-feira, Nando e Claudinei Augusto Ornelas, estão sendo julgados pela morte de Daniel Gomes de Souza Carvalho, 17 anos, que foi estrangulado no dia 20 de dezembro de 2012, no Jardim Veraneio.
Quando o corpo foi localizado enterrado no 'cemitério' no mesmo bairro, o serial killer e o comparsa contaram à polícia que mataram o adolescente porque ele teria cometido uma série de furtos no Danúbio Azul.
Em depoimento ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Nando negou o crime e voltou a dizer que foi obrigado a assumi-lo depois de apanhar na delegacia. ''Apanhei demais por crimes que eu não cometi", disse. Ele também atribuiu o assassinato de Daniel a Jeová Ferreira Lima, conhecido como ''Vasco''.
''Ele confessou pra mim que matou Daniel por causa de um pneu de carro. Quando a gente ia para o mato, ele aproveitava e mostrava onde os corpos estavam enterrados", disse.
Quebra de sigilo - Nando pediu ao juiz a quebra do sigilo telefônico para tentar se livrar das condenações que já somam 87 anos de prisão. Segundo o serial killer, dias antes de uma das mortes que foi acusado, ele teria ligado para um policial civil para denunciar Vasco. ''Por isso eu quero a quebra do meu sigilo. Quero ser absolvido dos crimes que fui condenado'', disse.
Ao juiz, Claudinei também negou o crime e disse que não conhecia Nando e nem a vítima. Porém, a mãe de Daniel, a dona de casa Rosa Ribeiro de Souza, 53 anos, contou que o suspeito e o filho eram amigos desde crianças.
Condenações - Nando já passou por sete júris, sendo absolvido em dois casos. As penas já somam 87 anos e seis meses de prisão.
Videoconferência - O serial killer, preso em Campo Grande, está sendo ouvido por videoconferência devido a uma tuberculose. Ele se recusa a fazer tratamento, não podendo ter contato com outras pessoas. Desde o último julgamento, Nando nega aparecer na tela.
O caso – Nando é autor de uma série de assassinatos no bairro Danúbio Azul. As vítimas eram, em maioria, jovens mulheres envolvidas com consumo de drogas e inseridas em contexto de vulnerabilidade social. Ele é acusado de ter matado pelo menos 16 pessoas, entre os anos de 2012 e 2016, e ficou conhecido como um dos maiores serial killers do Estado, pela quantidade e a forma cruel como executava os crimes.