Caso Nando deve ter 35 julgamentos, o mais extenso da Justiça de MS
Promotor destaca que o homicídio não tem a “assinatura” do autor e a explicação é de que ele ainda não tinha método para matar
O Caso Nando, protagonizado por Luiz Alves Martins Filho, que já foi condenado a 87 anos de prisão, deve resultar em até 35 julgamentos, mais extenso da história do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.
"É o caso mais extenso de maior magnitude de toda história. Matou um time de futebol e até os reservas", afirma o promotor Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, sobre a quantidade de vítimas do serial killer, acusado de matar 16 pessoas entre os anos de 2012 e 2016.
Nesta sexta-feira (10), Nando enfrenta o sétimo julgamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri, em Campo Grande. Preso na Capital, mas se recusando a fazer tratamento para a tuberculose, ele “compareceu” por videoconferência. O preso não permite que sua imagem apareça na tela durante o júri.
Mais uma vez, ele também nega ser o autor do crime e disse que apanhou para confessar. O caso em julgamento hoje é a morte de Ariel Fernando Garcia Lima Teixeira, assassinado com seis tiros no ano de 2014.
O promotor destaca que o homicídio não tem a “assinatura” de Nando e a explicação é de que ele ainda não usava o método de matar usando corrente de máquina, provocando a asfixia da vítima. Na sequência, enterrava os corpos num cemitério particular, no bairro Danúbio Azul.
Ariel foi morto no entorno do Comando Militar, no Parque dos Poderes. Primeiro, após ser preso, Nando contou sobre o homicídio. A polícia fez busca no sistema de Boletins de Ocorrências, identificou o caso e mostrou a foto da vítima. Nando confirmou autoria e narrou que tinha convidado Ariel para um programa sexual, mas por discordância no valor, atirou. Hoje, diante do juiz, negou ter cometido o crime.
Claudinei Augusto Fernandes, 26 anos, também julgado hoje pelo crime, mudou a versão e nega envolvimento no crime. Antes, havia dados detalhes durante a investigação. De acordo com Claudinei, Ariel havia furtado pasta-base de Nando, que havia dito que precisaria dar um jeito na situação.
No dia do crime, Nando foi de carro à casa de Claudinei. O réu conta que entrou no veículo e Ariel estava no banco de trás. Depois, seguiram para o local onde a vítima foi morta. Claudinei disse que ficou de vigia na rua. Nando teria trocado carícias com Ariel e dito que ia ao carro pegar preservativo. Mas foi buscar a arma e atirou. As vítimas de Nando eram, em maioria, mulheres jovens, pobres e usuárias de drogas. (Matéria editada para correção de informação)