Em manifestação, família pede pena máxima para assassinos de Erlon
A morte do empresário Erlon Peterson Pereira Bernal, 32 anos, assassinado brutalmente por um bando especializado no roubo de carros, mobilizou mais uma vez parentes e amigos de vítimas da violência em casos que chocaram a população de Campo Grande. A família de Erlon cobra pena máxima para os responsáveis pelo crime.
Diante do sentimento de perda e revolta, a família de Erlon se juntou a dos universitários Breno e Leonardo, assassinados em agosto do ano de 2012. Também participaram do protesto parentes de Elisa Samúdio e de Dayane Silvestre - morta a tiros pelo ex-marido, e do comerciante Rodrigo José Rech - executado pelo vizinho.
O ato aconteceu na manhã de hoje (13), em frente ao prédio da prefeitura, na avenida Afonso Pena, com centenas de pessoas que pediam o fim da impunidade de criminosos e exigem mudanças na lei de Execuções Penais.
A família de Erlon entrou em contato com a Associação Mães da Fronteira, no intuito de garantir que o caso do empresário não caia no esquecimento. “Nos prontificamos porque o primeiro ato feito em memória do meu filho não foi por iniciativa da nossa família, mas confortou tanto nosso coração, que agora estamos retribuindo.
A solidariedade das pessoas nos deixa mais forte”, conta Ângela Fernandes, mãe de Leonardo. Junto com Lilian Silvestrini, elas criaram a associação depois do roubo que acabou com a execução dos filhos, amigos de infância.
“A população está amedrontada, porque o crime é mais organizado que a sociedade. Enquanto ficamos presos em casa, os bandidos estão soltos. Temos que nos unir e abraçar a causa, cobrar a revisão das leis”, disse Everton Patrick, 34 anos, irmão de Erlon.
Sonia Fátima Moura, mãe de Eliza Samúdio, tinha motivos em dobro para comparecer ao ato. Além da filha ser morta a mando de Bruno Fernandes, ex-goleiro do Flamengo, o esposo dela é primo de Erlon. “É preciso justiça, rever essas leis frouxas, a maioridade penal".
A dona de casa Maria Deunide, 52 anos, levou faixas para cobrar que Júlio César Martins Ferreira, seja punido pela morte da filha dela. “Ele está preso, mas não foi condenado. A primeira audiência esta marcada para 21 de julho, e espero que ele pegue pena máxima”, pede.
Em janeiro, Dayane Silvestre morreu aos 26 anos, assassinada pelo ex-marido ao parar o carro no semáforo da Manoel da Costa Lima, esquina com a Bandeiras, e deixou um filho de 1 ano e 5 meses. “Ele entra no quarto e chama pela mãe. Do pai ele tinha medo, porque ele batia na minha filha na frente dele”, conta Maria. Antes do crime, a violência de Júlio César foi denunciada à Polícia, com inúmeros boletins de ocorrência.
A indignação de Sirlene Vieira Rech é pela falta de justiça no caso do filho, o comerciante Rodrigo José Rech, 31 anos. Ele foi morto a tiros após uma discussão com Carlos Roberto Serqueira no dia 24 de março, um vizinho que há anos se envolvia em brigas no bairro Monte Castelo. Ele era investigador da polícia civil e foi aposentado por ser esquizofrênico, no entanto, portava uma arma. “E está foragido. Ele e o filho, que também está envolvido”, lamenta.
Após a reunião na prefeitura, os familiares seguiram em passeata até o Parque das Nações Indígenas. Lá, eles vão relatar as experiências na tentativa de mobilizar a sociedade para exigir lei mais rígidas.