Em meio a tiroteios, moradores da Cidade de Deus convivem com insegurança
Com dois tiroteios em menos de 24 horas, os moradores da comunidade Cidade de Deus, no bairro Dom Antônio Barbosa, são reféns do medo e da insegurança. O segundo tiroteio ocorreu por volta das 9h30 de hoje (26) e um adolescente de 17 anos foi apreendido.
Em razão do medo, os moradores evitam falar com a imprensa porque temem retaliações. O silência é considerado por quem vive há dois anos na favela um escudo para evitar novos crimes.
Além do tiroteio de hoje que resultou na prisão do adolescente, guardas municipais que faziam buscas pela Cidade de Deus na tarde de ontem (25) foram recebidos a tiros. A viatura foi atingida, mas ninguém ficou ferido. Um rapaz de 20 anos acabou preso suspeito de atirar contra os guardas.
Policiais civis e guardas municipais continuam na região e fazem buscas por envolvidos no tiroteio de ontem e de hoje.
O comandante da Guarda Municipal, Jhonnys Cabrera, nega que a onda de criminalidade seja algum tipo de reação dos bandidos em razão da presença dos guardas que fazem a segurança de dois geradores emprestados pela prefeitura para a favela.
Ação - Na noite de ontem, a operação Tolerância Zero foi deflagrada pela corporação e foram mobilizados 120 guardas e 30 viatura. Conforme o comandante, o saldo foi positivo e a criminalidade foi inibida.
“Várias gangues têm se confrontado na região e levado medo aos moradores. Os jovens e adolescentes costumam se reunir em bares da região para beber, consumir drogas ou planejar ações, com nossa operação, eles se dispersaram”, diz.
Apesar de o saldo ter sido positivo, alguns guardas, que preferem não ser identificados, afirmam que a falta de armamento para a corporação estimula o ataque dos bandidos.
A Polícia Civil já tem a identificação dos acusados Ben-Hur Barrabas Alves Caminha, 20 anos, e o comparsa identificado apenas como Iago. Eles efetuaram disparos em direção aos guardas municipais quando estavam fazem a guarda de um gerador de energia no bairro.