Em tempos de pandemia, sobreviver ao verão só com ventilador e ar condicionado
Piscina também será uma das estratégias de campo-grandenses para encarar forte calor previsto para o verão deste ano
"Não tem como ficar sem o ventilador", disse a secretária Milena Cardial, de 32 anos, ao ser questionada sobre como vai enfrentar as altas temperaturas do verão em tempos de pandemia.
Sem ar condicionado em casa, mas com três ventiladores, Milena e a família se refrescam com muita água e com o vento forte dos ventiladores, que ficam ligados o tempo todo, enquanto alguém estiver no cômodo.
"Também comprei uma piscininha pra minha filha, de 4 anos, no começo do outono, mas já pensando no verão e na pandemia, porque não tem como sair de casa, só saímos pro essencial mesmo", finaliza a secretária.
Com o ventilador antigo estragado, o vendedor César Marcos, de 53 anos, aproveitou o primeiro dia de verão para comprar um ventilador novo no centro de Campo Grande. "Eu tava dormindo com a casa toda aberta, até a porta de entrada, de tão calor que está. Comprei sem pesquisar mesmo, tô precisando muito. Esse é grandão e refresca mais a casa", comenta César.
Para o técnico de vendas, Pedro Arrais, na loja em que trabalha, as vendas de ar condicionado cresceram 140% em relação ao começo de 2020, antes da pandemia do novo coronavírus começar, mas as vendas aumentaram mesmo em novembro, durante a "Black Friday".
"A procura por ar condicionado já estava grande, e com isso estava faltando mercadoria, então nos precavemos e compramos um estoque maior para a "Black Friday", vendemos tudo e agora estamos repondo o estoque, tem poucas unidades a pronta entrega no mercado", comenta o vendedor.
Para ele, o aumento na procura do ar condicionado foi, principalmente, porque muitas pessoas ficaram mais tempo em casa, muitas vezes em home office, e acabaram precisando do conforto de um ar.
De acordo com Pedro, agora, no início do verão, as vendas tem uma leve queda, principalmente por conta do aumento das chuvas, que amenizam o calor. "Muitas vezes só o ventilador resolve, aí a pessoa prefere não investir no aparelho de ar condicionado", explica.
Nos produtos de ventilação, que incluem ventiladores, umidificadores e climatizadores, o aumento nas vendas foi de 30%. Alguns compram um novo ventilador porque o antigo estragou, como foi o caso do César, que mostramos no início da reportagem, mas tem também quem compre o aparelho para se refrescar ainda mais.
É o caso da comerciante Elaine Cristina Sobreiro, de 44 anos, que foi ao centro da Capital para comprar mais um ventilador para casa, mesmo já tendo um aparelho para cada cômodo. "Tá muito quente, e esse verão vai ser bem quente, então comprei um ventilador extra, para ajudar a refrescar", explica Elaine.
Já para Fabiana Neri, de 38 anos, bióloga, o calor não será um problema este ano. "Colocamos energia solar em casa tem um ano, para compensar a conta de luz alta. Agora usamos o ar condicionado o dia todo e a conta de luz não chega a R$ 100,00".
Com dois aparelhos de ar condicionado em casa, Fabiana ainda pretende comprar um aparelho para colocar na sala, mas vai esperar um pouco, já que os aparelhos existentes dão conta do calor.
Giovana, de 5 anos, é filha de Fabiana, e garante que, para driblar o calor, o melhor mesmo é ficar na piscina. "Gosto muito da minha piscina, prefiro ficar na água, com minhas bonecas, do que no ar condicionado", conta a menina.
Verão - De acordo com a meteorologista Franciane Rodrigues, do Cemtec-MS (Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul), a média máxima para os três próximos meses é de 37°C. “Claro que pode ter picos maiores que isso, mas as chuvas ajudam a regular as temperaturas”, afirma.
Estima-se que, durante o verão, a região central registre 500 milímetros de chuva, em média. O total é considerado dentro da normalidade pela meteorologista. No Pantanal, o esperado é 400 mm, também dentro da média.
A região sudoeste é a onde menos chuvas são esperadas. Nas cidades desta região, índice não deve ultrapassar os 350 mm. Já onde são esperadas mais chuvas, são em cidades do sul do Estado (Grande Dourados, Cone Sul e Sul-Fronteira) - 600 mm; bolsão – 400 mm; e no norte – 650 milímetros.