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Capital

Em velório, alegria e força de vontade de Jesica são lembradas por familiares

Jesica Soares e colega de trabalho morreram em colisão na BR-262; prima acha que foi caso de negligência

Silvia Frias e Mariely Barros | 27/06/2023 11:55
Juliana da Silva, lembra da personalidade da vítima: "Era meu furacãozinho". (Foto: Henrique Kawaminami)
Juliana da Silva, lembra da personalidade da vítima: "Era meu furacãozinho". (Foto: Henrique Kawaminami)

No velório de Jesica Silva Soares, 38 anos, familiares ainda estavam incrédulos com a colisão frontal entre carro e caminhão, ocorrida na BR-262, próximo de Ribas do Rio Pardo, que terminou com a morte dela e de colega de trabalho, Bruna Rodrigues de Souza.

O velório está sendo realizado no Cemitério Memorial Park, no Bairro Universitário, acompanhado por muitos familiares e colegas de trabalho. O silêncio prevalece, pelo choque da morte prematura.

“Não acho justo falar que ele não teve intenção do acidente, porque, quando você faz uma ultrapassagem indevida, sabe o risco, é uma negligência”, avaliou a cuidadora Juliana da Silva, 32 anos, prima de Jesica, referindo-se ao indiciamento preliminar por homicídio culposo (sem intenção) do motorista do caminhão envolvido na colisão.

Velório está sendo realizado no Cemitério Memorial Park. (Foto: Henrique Kawaminami)
Velório está sendo realizado no Cemitério Memorial Park. (Foto: Henrique Kawaminami)

Segundo Juliana, a família está focada em cuidar de burocracias relacionadas ao sepultamento de Jesica e ainda avalia o que poderá fazer sobre o caso. “Vamos aguardar a perícia para saber se acidente era evitável ou não”.

Hoje, o momento era de homenagear e lembrar da alegria de Jesica. “Ela era meu furacãozinho”, diz a prima, emocionada. Recordou-se dela como pessoa alegre, intensa, “sem tempo ruim”. No dia anterior ao acidente, Jesica ainda havia comemorado o aniversário do filho de 21 anos.

Pedro José Paz, 57 anos, era tio por afinidade e coração. Compartilhava com Jesica o amor pela estrada e por caminhões. “Ela dizia ‘quero ser caminhoneira igual ao senhor’”. Ele lembra que, quando ela tirou a CNH (Carteira Nacional de Habilitação), logo passou a dirigir em rodovias, até para visitar a família, que mora no distrito de Culturama, em Fátima do Sul. “Ela não tinha medo de nada, tinha muita força de vontade, tenho certeza que um dia iria dirigir caminhão”.

Pedro José diz que Jéssica tinha sonho de ser caminhoneira. (Foto: Henrique Kawaminami)
Pedro José diz que Jéssica tinha sonho de ser caminhoneira. (Foto: Henrique Kawaminami)

Acidente – Jesica e Bruna morreram ontem (26), quando voltavam de Ribas do Rio Pardo, onde foram entregar marmitas. O acidente aconteceu a 50 quilômetros de Campo Grande.

O motorista do caminhão, com placas de Sidrolândia, contou que seguia da Capital sentido a Três Lagoas, quando tentou uma ultrapassagem. Isso ocorreu por volta de 4 horas.

"Na hora, eu estava ultrapassando uma Scania e não dava para ver o carro [Fiat Uno], porque aqui tem uma baixada. Quando vi, fui jogar para o acostamento, não podia voltar para a minha pista, porque o caminhão que eu ultrapassei estava lá. Então, joguei para o acostamento e a motorista do Uno também tentou a mesma coisa. Foi uma fatalidade", disse o motorista de 44 anos.

Os familiares e colegas de trabalho dizem que Jesica era experiente e cuidadosa ao dirigir. Apesar de não haver sinalização horizontal que proíbe ultrapassagem naquele trecho, segundo a delegada Tainá Borges, da delegacia de Ribas do Rio Pardo, há uma placa a 200 metros do local do acidente de ultrapassagem proibida.

A passageira, Bruna Rodrigues de Souza, veio do Maranhão e estava no terceiro dia de trabalho na marmitaria. O corpo dela foi levado para a cidade de Urbano Santos (MA).

Jesica era condutora do carro e voltava de viagem a trabalho de Ribas do Rio Pardo. (Foto: Henrique Kawaminami)
Jesica era condutora do carro e voltava de viagem a trabalho de Ribas do Rio Pardo. (Foto: Henrique Kawaminami)


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