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Capital

“Era muito reservada”, dizem moradores sobre mulher morta a tiros pelo ex

Vítima e o atual namorado moravam na casa da irmã, junto de um adolescente, que presenciou o crime

Por Antonio Bispo e Clara Farias | 11/11/2024 09:39
Varanda da casa das vítimas onde o crime aconteceu na madrugada deste domingo (Foto: Marcos Maluf)
Varanda da casa das vítimas onde o crime aconteceu na madrugada deste domingo (Foto: Marcos Maluf)

Vizinhos da mulher morta na madrugada desta segunda-feira (11), no bairro Jardim Itapuã, em Campo Grande, relataram que a vítima era bastante reservada e que havia se mudado para a residência onde mora há pouco tempo. As vítimas são Ana Claudia Rodrigues Marques, de 44 anos, e Carlos Augusto Pereira de Souza, de 49.

O Campo Grande News esteve no local do crime na manhã desta segunda-feira (11) e, sem querer se identificar, uma moradora, de 44 anos, contou que foi acordada por volta de 1h30 pela polícia, pois estavam em busca de imagens de câmeras de segurança.

Ela relatou à reportagem que conhece a irmã da vítima, pois ela quem é a dona da residência. Entretanto, por não saber que Ana era parente da proprietária, ligou para ela informando que havia ocorrido um homicídio no imóvel. A mulher respondeu, desesperada, dizendo que era a irmã quem morava no local.

“Ela começou a se desesperar, chorando bastante e disse como iria contar isso para a mãe”, afirmou. A moradora contou, também, que o adolescente que presenciou o crime é enteado de Ana, possui 14 anos e ficou no local durante todo o trabalho da Perícia.

Além disso, o casal era bastante reservado e “pessoas de chácara”. Por isso, os vizinhos acreditam que as vítimas apenas utilizavam a casa como apoio para fazer compras na cidade.

Assim como ela, outra moradora contou que nunca viu o autor pelo local e que encontrava a vítima apenas quando ela saía de casa para colocar o lixo para fora.

“Escutei três barulhos, mas não sabia que era disparo. Pouco tempo depois vi um monte de viatura da Polícia Militar e da Polícia Civil aqui na frente. Ela era muito discreta com a vida pessoal e nunca vi esse homem ameaçando ela aqui”, destacou.

O crime - Conforme consta no boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada após o enteado da vítima ouvir barulho de tiros. Ao conversar com a equipe, o adolescente informou que estava dormindo, momento que acordou com os gritos de socorro da madrasta.

O menino se escondeu em um canto do quarto onde dormia e ligou para o 190. Além disso, a testemunha afirmou que reconheceu a voz do suspeito como sendo a do ex-marido da mulher. Enquanto atirava, o suspeito dizia “é isso que talarico merece” e perguntava “ainda não morreu?”.

A mulher assassinada foi encontrada no corredor da casa, próximo à sala, e o corpo do homem, que estava com ela, no banheiro da suíte da residência. Após o crime, o suspeito fugiu.

Os policiais fizeram diligências na região e encontraram na rua onde ocorreu o crime, uma câmera de segurança. A imagem flagrou o suspeito indo e voltando da casa onde o casal foi morto. O vídeo foi mostrado ao filho do atirador, que reconheceu o homem como sendo seu pai.

O filho do suspeito informou aos policiais que o pai mora na Rua Jasmelinda Ferreira de Carvalho, na Vila Manoel Taveira e, ao irem até a residência, a equipe encontrou cápsulas de revólver calibre .38, 12 munições de calibre .32, 84 munições de calibre .357, um revólver marca Taurus calibre .22, e um revólver Smith & Wesson calibre .357. O suspeito não foi localizado.

Equipes da Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) foram acionadas e estiveram no local do crime, bem como a perícia e a funerária. O caso foi registrado como feminicídio e homicídio qualificado.

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