Estoque "evapora" e clínicas podem não ter mais doses anti gripe este ano
O aumento dos casos de H1N1 e ocorrência de mortes vem provocando uma corrida às clínicas particulares, que estão com estoques zerados e sem previsão de receber novas doses. Na Vaccini, ainda há doses para crianças de até 3 anos, mas a trivalente e quadrivalente (ou tetravalente) para adultos esgotou.
“Estamos sem nenhuma posição dos laboratórios”, explica a enfermeira Rosângela Laier. A clínica tem informado ao longo do dia, tanto no site quanto na página no Facebook, a posição sobre os estoques. Segundo a enfermeira, os preços se mantiveram nos mesmos patamares, R$ 90,00 a trivalente e R$ 120,00 a quadrivalente, este último também o valor da dose para crianças.
Diante da procura intensa, a empresa tem anotado contato dos clientes e somente nesta terça-feira (03) havia uma lista com 20 nomes.
Na empresa Imunitá, a última remessa com 80 doses chegou na semana passada e se esgotou em uma hora e meia, segundo o auxiliar de Administração, Cristovão Costa Neto. “A demanda é muito grande, ontem recebemos pelo menos 50 ligações e a chance de conseguirmos comprar mais doses neste ano é remota”, ressalta. Desde o íncío do ano, outra consequencia da redução de oferta foi o encarecimento da vacina. Na clínica, a dose quadrivalente que iniciou o ano próximo de R$ 100,00 já está a R$ 150,00, segundo explica o funcionário consequência do reajuste repassado pelos laboratórios.
Preços – Os valores das vacinas são investigados pelo Procon, que fez uma pesquisa de preços das vacinas contra o vírus H1N1 realizada em diversos estabelecimentos da Capital, entre os dias 9 e 11 de abril, ocasião em que os fiscais constataram que as clínicas já sofriam com a falta de doses. A pesquisa pode ser consultada aqui
Os menores preços encontrados nos hospitais foram de R$70,00 (trivalente) e R$100,00 (tetravalente) e, nas clínicas particulares, o menor preço foi R$70,00 (trivalente) e R$ 110,00 (tetravalente).
A modalidade trivalente é indicada para o combate do vírus A (H1N1), do vírus A (H3N2) e do vírus Influênza tipo A (H1N1), A (H3N2) e de dois vírus Influenza tipo B (subtipos Brisbane e Phuket). Já a tetravalente é recomendada para o combate do vírus Influenza tipo A (H1N1), do vírus A (H3N2) e de dois vírus Influênza tipo B (Subtipos Brisbane e Phuket).
Rede pública – Na rede pública, o índice de cobertura atualizado esta manhã pelo Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações é de 31,09%, abaixo da média nacional, de 46,8%. As vacinas são voltadas somente à população prioritária, que são profissionais de saúde, crianças entre seis meses e cinco anos incompletos, gestantes, indígenas, pessoas com doenças crônicas e as privadas de liberdade. Das 722 mil doses que a rede pública do Estado receberá nesta campanha, 30% ainda são esperadas.
A última confirmação de morte por H1N1 no Estado foi na segunda-feira (02), a vítima, uma mulher de 30 anos, de Três Lagoas. A Secretaria Estadual de Saúde confirmou cinco mortes pelo vírus Influenza H1N1 – gripe A ou gripe suína – em Mato Grosso do Sul em 2016 até o dia 27 de abril.