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Capital

“Estraguei minha vida”, admite assassina de Carolzinha, que só agora virou ré

Nayara Francine Nóbrega, assassina confessa de Carolina Leandro Souto, 23 anos, foi oficialmente denunciada 95 dias após o crime

Viviane Oliveira | 15/12/2020 11:51
Nayara, acompanhada pelo advogado, no dia em que se apresentou à Polícia Civil (Foto: arquivo / Henrique Kawaminami) 
Nayara, acompanhada pelo advogado, no dia em que se apresentou à Polícia Civil (Foto: arquivo / Henrique Kawaminami)

“Ao se apresentar na 5ª Delegacia de Polícia Civil, no dia 3 de setembro, Nayara Francine Nóbrega, assassina confessa de Carolina Leandro Souto, 23 anos, conhecida como Carolzinha, disse que tinha estragado a sua vida, ao ser questionada pela polícia sobre arrependimento. “Sim. Estraguei a minha vida. Mas se não fosse ela, seria eu”. O teor só foi divulgado hoje, depois que a jovem virou ré oficialmente.

Carolina foi morta com quatro tiros no fim da manhã do dia 31 de agosto, por volta das 10h30, quando estava sentada com as amigas em frente da casa onde vivia, na Rua Independente, no Jardim Aero Rancho, próximo a um campo de futebol. Ela chegou a ser socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para a UBS (Unidade Básica de Saúde) da região, mas não resistiu.

Noventa e cinco dias depois do crime, Nayara virou ré. A denúncia do MP/MS  (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por homicídio qualificado - por motivo fútil, bem como mediante recurso que dificultou a defesa da vítima - foi recebida no dia 4 deste mês, pelo juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos. A jovem responde ao processo em liberdade.

Segundo relatos de Nayara em depoimento, não se dava bem com a vítima, nem com as amigas dela, motivo pelo qual era sempre provocada pelas meninas. Relatou que comprou revólver calibre 32,  três dias antes de matar a vítima, por R$ 1,3 mil de conhecido identificado apenas pelo apelido de Magrelo. Depois de atirar em Carolzinha, narrou, foi levada pelo irmão, que ainda não sabia do crime, até o Terminal Bandeirantes.

Carolzinha foi morta com quatro tiros (Foto: reprodução/Facebook) 
Carolzinha foi morta com quatro tiros (Foto: reprodução/Facebook)

De lá, fugiu em um táxi e durante o trajeto arremessou a arma, enrolada numa camiseta, em área de mata na região do Bairro Guanandi, pois havia avistado uma viatura da polícia. Até hoje o revólver não foi localizado. A interrogada afirmou ainda que a taxista não viu o momento que jogou a arma pela janela. Indagada se pertence a alguma facção criminosa, Nayara disse que não, afirmando: “Nunca fiz corre. Sempre trabalhei. Crio as minhas filhas”.

Sobre o crime - Um dias antes, em baile funk, Nayara contou que foi provocada, mais uma vez, por Carolzinha e as amigas dela. Disse que foi atingida na cabeça por um copo arremessado pelo grupo da vítima. Para não brigar decidiu ir embora. Na saída, foi informada por conhecidos, de que a vítima havia atirado para cima dizendo que estava indo a procura dela para matá-la. Na sequência, quando já estava em casa, relatou a jovem, Carolzinha passou pilotando uma moto Biz e, logo depois, ouviu barulho vindo do portão, mas não soube precisar se era bombinha ou tiro.

No dia seguinte, quando estava indo trabalhar na companhia de uma amiga, por volta das 9h, e ao avistar Carolzinha resolveu ir conversar para por fim nas provocações. Ao chegar para falar com a vítima, Nayara fez os seguintes questionamentos: Porque você deu tiro na minha casa? Porque você está mexendo comigo, me xingando?

Carolzinha, segundo depoimento da ré, a respondeu com outro questionamento dizendo quem havia dito aquilo, mas em seguida afirmou: “Eu sou mulher suficiente e dou tiro na sua casa e em você também na hora que eu quiser. Nesse momento, relatou à polícia, tirou da mochila que carregava o revólver municiado com cinco munições e disparou contra Carolina.

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