Estudante acusado de integrar jogo do bicho é solto após 8 meses de prisão
Taygor Pelissari havia sido encontrado na casa de jogos que desencadeou a Operação Successione
Quase oito meses depois de ser preso durante a Operação Successione, o estudante de Medicina Taygor Ivan Moretto Pelissari, 30 anos, teve a prisão preventiva substituída por monitoramento eletrônico, por prazo de 180 dias. Ele foi acusado de integrar quadrilha de exploração de jogos de azar, após ser flagrado em um cassino, no Bairro Monte Castelo.
O estudante foi preso no dia 5 de dezembro de 2023, em cumprimento a mandado de prisão expedido no âmbito da operação. A investigação inicial foi deflagrada no dia 16 de outubro daquele ano, depois que a Polícia Civil encontrou cassino com 700 máquinas de jogos de azar na casa, em Campo Grande.
Taygor foi flagrado no local e disse a equipe do Garras (Delegacia de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) que tinha ido ao local, pela primeira vez, a convite de amigo para jogar poker. Depois de ser ouvido, foi liberado, sendo preso no dia 18, em Ponta Porã por posse ilegal de arma de fogo. Foi solto após pagar R$ 1,3 mil em fiança.
Desde o mandado expedido em dezembro, o estudante está detido no Petran (Patronato Penitenciário de Ponta Porã).
Em recurso impetrado no dia 17 de julho, a defesa de Taygor diz não há motivos da manutenção da prisão do acadêmico e que o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) não conseguiu precisar qual seria a participação dele no esquema de exploração de jogos de azar e roubos atribuídos à quadrilha investigada.
A única conduta citada na investigação é a presença no cassino no Monte Castelo. Também diz que o fato de ter sido encontrado com arma em Ponta Porã não representa risco à sociedade e que ele tem condições favoráveis a medidas cautelares diversas da prisão, além de ter portador de cardiopatia grave, necessitando de cuidados específicos.
Em decisão expedida no dia 23 de julho, a juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal, avaliou que, muito embora estejam presentes “indícios de autoria e materialidade delitiva”, verifica que há razões para a concessão de liberdade.
Apesar de estar sendo processo em Ponta Porã e em Campo Grande, é primário, comprovou residência fixa e ocupação lícita. Por isso, substituiu a prisão por monitoramento por 180 dias.
Successione – No dia 7 de fevereiro, a Justiça em Campo Grande aceitou a denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) que apontou o deputado estadual Roberto Razuk Filho, Neno Razuk (PL), como chefe de quadrilha que tentava assumir o comando do jogo do bicho de Campo Grande.
O deputado diz ser inocente. “Eu vou ser inocentado e creio que a justiça vai ser feita. Ainda digo que estou sendo vítima de uma armação”.
Conforme a denúncia, para dominar o território campo-grandense de exploração do jogo de azar, ainda na tese do Gaeco, o político tinha em seu grupo agentes da segurança pública, que recebiam propina e auxiliavam na prática de roubos. O objetivo das ações era cooptar pessoas ligadas aos adversários para ampliar o poder na Capital.
Para a investigação, o deputado contava com a ajuda, por exemplo, do major aposentado da Polícia Militar, Gilberto Luiz dos Santos, conhecido como “Major G. Santos”, “Coronel” ou “Barba”, para gerenciar o esquema.
Além de Neno Razuk e o “Major G. Santos”, Diego de Souza Nunes, José Eduardo Abdulahad, Júlio Cezar Ferreira dos Santos, Luiz Paulo Bernardes Braga, Sargento Manoel José Ribeiro, Mateus Júnior Aquino, Taygor Ivan Moretto Pelissari, Tiano Waldenor de Moraes, Valmir Queiroz Martinelli, Leydianne de Matos Rios de Moraes, Flávio Henrique Espíndola Figueiredo e Weslei de Queiroz Santos, também foram denunciados.
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