Ex-guarda trabalhava para os Name, mas nega envolvimento em morte, diz advogado
Advogado diz que família é tradicional e Rafael Antunes Vieira era só mais um funcionário
A defesa do ex-guarda civil Rafael Antunes Vieira admite que ele trabalhava para os Name, mas nega qualquer envolvimento criminal nos negócios. “Era família tradicional na cidade, todos tinham vínculos certamente, seja trabalhando dentro da casa, seja trabalhando nas empresas, então o Rafael era um desses funcionários”, alegou.
Rafael Antunes está sendo julgado por porte ilegal de arma, sendo acusado de ter escondido a pistola 9 milímetros usada para executar Marcel Costa Hernandes Colombo em atentado ocorrido em 18 de outubro de 2018.
O advogado Yahn de Assis Sortica diz que o único vínculo do cliente ao caso “Playboy da Mansão” é o bilhete que teria sido escrito por interno da Penitenciária Federal de Mossoró (RN), vizinho às celas de Jamil Name e Jamil Name Filho.
No bilhete, escrito em papel higiênico, consta um plano de execução de delegado, promotor e defensor público de Mato Grosso do Sul e outros desafetos da quadrilha comandada pelos Name.
No texto, consta que a arma usada para matar “Playboy da Mansão” está escondida ou quem escondeu “é um tal de Antunes”. O advogado diz que irá comprovar a inocência do cliente.
Ontem, no primeiro dia de julgamento, as intervenções do delegado foram justamente para perguntar se foi feita perícia no bilhete para saber autoria dentro do presídio. Em depoimento, o delegado Tiago Macedo disse que isso não seria necessário, já que o material foi enviado pela direção do presídio, depois da revista na cela do preso. “A gente vai trabalhar bastante nesta questão”, afirmou Sortica.
Sortica afirmou que o cliente nunca confessou qualquer participação nos crimes atribuídos a ele pela Operação Omertà.
Negativa - Advogado do policial federal Everaldo Monteiro de Assis, Jail Benitez Azambuja afirma que não há provas contundentes contra o cliente.
Pesquisas feitas pelo PF em sistemas da segurança pública relacionadas aos alvos da organização criminosa revelada pela Omertà, segundo a defesa, fazem parte do trabalho de Everaldo como policial. “Não há qualquer prova e na verdade, nós entendemos sequer indícios da participação dele na intermediação desse fato [assassinato de Marcel Colombo]”.
O advogado acredita que nesta terça-feira (17), segundo dia de júri, com os depoimentos das testemunhas de defesa, conseguirá demonstrar aos jurados que o cliente não tem envolvimento com o crime. “Hoje vai ser bem esclarecido isso”.
Por fim, explicou que Everaldo Monteiro optou por não estar no banco dos réus e acompanha o julgamento à distância para evitar exposição desnecessária, “considerando sobretudo que ele é um policial federal que ainda está trabalhando, ainda está na ativa, exercendo as suas funções normalmente”.
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