Ex tortura mulher, bate com corda e a expulsa de casa com 4 crianças
Acusado de usar de socos a corda e alicate para agredir a ex-mulher, Fábio Assis, 24 anos, foi preso ontem em Campo Grande. Na última quinta-feira, dia 6, a vítima de 26 anos denunciou o ex-companheiro na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). Ela, que é mãe de quatro crianças, relatou que apanhou durante os seis anos de casamento e, mesmo separada há quatro meses, continuava sendo vítima de agressões.
Segundo a mulher, Fábio Assis foi até a sua casa no dia 30 de janeiro, sob pretexto de visitar os filhos, e a torturou. A vítima contou que foi agredida com socos, pontapés, corda e teve os dedos presos em um alicate. Porém, como não tinha dinheiro para ir à delegacia e nem com quem deixar as crianças, só registrou o BO (Boletim de Ocorrência) depois de uma semana.
Ao saber da denúncia, o ex-marido voltou ao imóvel, no Jardim Danúbio Azul, em Campo Grande, e a agrediu no rosto com golpes de capacete. Em defesa, ela investiu contra ele com uma faca de cozinha, que provocou arranhão na mão do agressor.
O ex-companheiro ameaçou matar a vítima, amarrar seu corpo na moto e arrastar pelas ruas. Em seguida, deu ordem para que ela sumisse de sua frente. A mulher abandonou a casa com as quatro crianças - sendo o mais velho um menino de 5 anos, que é deficiente visual, e a mais nova, uma recém-nascida prematura.
Após uma caminhada de cerca de oito quilômetros, a mulher fez denúncia no posto da PM (Polícia Militar) da Vila Margarida. Lá, os policiais deram lanche para as crianças. Que, segundo a mãe, estavam há meses comendo apenas arroz e feijão.
O ex-marido foi localizado, preso em flagrante e levado para a Depac/Centro (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário). Na delegacia, o preso disse não se lembrar de nada. Segundo a vítima, ele, inclusive, já tem um novo relacionamento.
Drama – Além da agressão, a mulher se revelou protagonista de um extremo caso de vulnerabilidade social. Ela contou que mora de favor na casa e a conta de luz está atrasada há cinco meses.
Paraguaia e sem parentes no Brasil, ela disse que não consegue trabalho e nem ajuda dos programas sociais. Depois do registro do BO, a vítima foi embora, sem ser encaminhada para nenhum órgão de assistência social.